Brasil

Afastamento de Aécio instaura duelo entre Senado e STF

ÀS SETE - O afastamento do tucano é alvo de conflitos, uma vez que senadores têm criticado a decisão tomada pelos ministros do Supremo

Aécio Neves (Wilson Dias/Agência Brasil)

Aécio Neves (Wilson Dias/Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 28 de setembro de 2017 às 06h26.

Última atualização em 28 de setembro de 2017 às 07h13.

A quinta-feira será de expectativa no Senado a respeito do caso Aécio Neves (PSDB-MG). O tucano teve o afastamento determinado na terça-feira pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal em mais uma decisão polêmica.

Às Sete – um guia rápido para começar seu dia

Leia também estas outras notícias da seção Às Sete e comece o dia bem informado:

Foram 3 votos a 2 pelo resguardo noturno, entrega do passaporte e impedimento de comunicação entre Aécio e outros investigados na ação penal da qual é réu,  ao lado de sua irmã e braço-direito, Andrea Neves.

Ainda hoje, após notificação da Suprema Corte, o presidente da Casa, Eunício Oliveira (PMDB-CE), deve consultar os senadores para apreciar a questão.

Durante toda a quarta-feira o assunto repercutiu no Senado e no próprio Supremo. O ministro Gilmar Mendes criticou a decisão, dizendo que o afastamento do mandato tem efeito equivalente à prisão preventiva e que a situação de Aécio não correspondia aos preceitos constitucionais para a prisão de um senador em exercício, de flagrante em crime inafiançável.

Chamou de “suspeita” a decisão da Primeira Turma, da qual ele não faz parte. “Nós devemos evitar eu acho que a todo custo o populismo constitucional e institucional”, disse. “Devemos nos balizar pela Constituição. Quando começamos a reescrever a Constituição é algo preocupante”.

O ministro Roberto Barroso, que votou contra Aécio na sessão de terça, devolveu. “É uma medida [afastamento] prevista expressamente no Código de Processo Penal, no artigo 319, que diz com todas as letras ‘são medidas cautelares diversas da prisão’, e aí prevê o recolhimento domiciliar noturno”, afirmou.

“Esse dispositivo foi acrescentado ao Código de Processo Penal pelo Congresso Nacional, em 2011. Portanto, é o Congresso Nacional que definiu que essa não é uma hipótese de prisão”.

A surpresa da vez foi a “defesa” ao caso Aécio protagonizada pelo PT. “Para consumar seus objetivos políticos, rasgaram a Constituição e estimularam a ação político-partidária ilegal de setores do Judiciário e do Ministério Público”, disse nota do partido.

“Compactuaram com o processo de judicialização da política, que visou essencialmente a fragilizar os poderes eleitos pelo povo. (…) Aécio Neves defronta-se hoje com o monstro que ajudou a criar”.

Apenas alguns oposicionistas, como o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) foram em direção da decisão da Primeira Turma. Isso mostra que a insurgência dos senadores contra o Supremo nesta quinta será pesada.

Acompanhe tudo sobre:aecio-nevesÀs SeteExame HojePolíticaSenadoSupremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Brasil

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Poluição do ar em Brasília cresceu 350 vezes durante incêndio

Bruno Reis tem 63,3% e Geraldo Júnior, 10,7%, em Salvador, aponta pesquisa Futura

Em meio a concessões e de olho em receita, CPTM vai oferecer serviços para empresas