Brasil

Afastamento de Aécio acentua divisão interna do PSDB

O presidente interino do partido adotou discrição no caso ao pregar que a melhor solução era aguardar o pronunciamento da Corte

Aécio Neves (Wilson Dias/Agência Brasil)

Aécio Neves (Wilson Dias/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 4 de outubro de 2017 às 08h03.

São Paulo - O afastamento do senador Aécio Neves (MG) determinado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) foi mais um capítulo na divisão interna do PSDB.

O presidente interino do partido, senador Tasso Jereissati (CE), adotou discrição no caso, ao voltar ao Senado depois de viagem ao exterior: não discursou no plenário e pregou que a melhor solução era aguardar o pronunciamento da Corte.

"Há consenso entre juristas de que a decisão do STF foi um exagero. Então o ideal seria que o próprio Supremo resolvesse", disse Tasso a jornalistas. Segundo auxiliares do presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), o tucano tampouco se mobilizou em prol do colega Aécio. A posição contraria Aécio e sua defesa jurídica, que nega agir de forma coordenada com o partido.

Nesta terça-feira, 3, aliados de Aécio tentavam convencer seus colegas de bancada a enfrentar a decisão do STF e votar no plenário o caso.

Esvaziamento

Tasso levou a bancada para uma reunião no seu gabinete, deixando a liderança tucana esvaziada. Não houve consenso. Ao fim, coube ao líder Paulo Bauer (SC), um dos pilares da reação aecista, dizer que o partido era a favor de realizar a votação, embora a posição fosse por maioria e não unânime.

Tasso não faz nenhum movimento para enquadrar dissidentes do governismo, o que ecoa na Câmara. A insurgência dos "cabeças-pretas" levou a bancada a tentar destituir o relator da denúncia contra o presidente Michel Temer, deputado Bonifácio de Andrada, mineiro como Aécio, um dos principais defensores da manutenção do partido no governo.

Na votação à noite, o PSDB encaminhou pelo não adiamento, como queria a defesa. "Sinto que esse foi o último ato de solidariedade", disse o senador Ricardo Ferraço (ES). Só ele e Eduardo Amorim (SE) votaram em desfavor de Aécio. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:aecio-nevesPSDBSupremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Brasil

Alexandre de Moraes rejeita recurso apresentado pela Defensoria em nome de Zambelli

Entenda o motivo da prisão do ex-ministro Gilson Machado e sua ligação com Mauro Cid

STF manda prender Mauro Cid, mas revoga ordem em sequência, diz jornal

Defesa de Cid pede ao STF investigação de perfil citado em interrogatório de trama golpista