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Aeroporto de Caieiras, em São Paulo, poderá ter voo regular

A viabilidade do projeto apresentado pela Camargo Corrêa depende de uma mudança na legislação, que está em estudo no governo


	Aeroporto de Guarulhos: o projeto prevê investimentos de quase R$ 5 bilhões em um aeroporto com capacidade para receber 48 milhões de passageiros por ano, mais do que em Guarulhos
 (Marcelo Camargo/ABr)

Aeroporto de Guarulhos: o projeto prevê investimentos de quase R$ 5 bilhões em um aeroporto com capacidade para receber 48 milhões de passageiros por ano, mais do que em Guarulhos (Marcelo Camargo/ABr)

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Da Redação

Publicado em 20 de dezembro de 2013 às 08h31.

São Paulo - A construção de um terceiro aeroporto na Grande São Paulo - em Caieiras, a cerca de 30 quilômetros da capital paulista -, fará concorrência direta aos aeroportos de Guarulhos e Viracopos.

Batizado de Novo Aeroporto de São Paulo (Nasp), o projeto foi apresentado pela Camargo Corrêa e pela Andrade Gutierrez em 2011 e seria operado pela concessionária do grupo, a CCR. A viabilidade do projeto depende de uma mudança na legislação, que está em estudo no governo.

O governo planeja atualizar um decreto de dezembro de 2012 que autorizou a iniciativa privada a investir em aeroportos para a aviação executiva, apurou o Estado. A intenção é levar a regra para aeroportos privados com voos regulares.

Em comunicado, a CCR confirmou que há, de fato, estudos para transformar o Nasp em um aeroporto aberto ao público: "A concretização do projeto vai proporcionar atendimento de qualidade à demanda excedente de passageiros e importante impulso ao desenvolvimento da região metropolitana de São Paulo."

O projeto prevê investimentos de quase R$ 5 bilhões em um aeroporto com capacidade para receber 48 milhões de passageiros por ano. Trata-se de um aeroporto maior que o de Guarulhos, que poderá receber 45 milhões de passageiros por ano após as obras de ampliação.

Se o plano se concretizar, o aeroporto de Caieiras impactará na demanda de Guarulhos e Viracopos, explica o sócio da Bain &Company, André Castellini. "O terceiro aeroporto cria uma concorrência real entre os aeroportos da região de São Paulo e beneficia os passageiros."


Segundo ele, o maior prejudicado com o terceiro aeroporto será Viracopos, que está localizado a uma distância maior de São Paulo do que o aeroporto de Caieiras. A estimativa de Castellini é de que os aeroportos de Guarulhos e Congonhas serão insuficientes para atender o tráfego aéreo da região no futuro, mesmo após sua ampliação máxima, o que criará uma demanda para um terceiro aeroporto.

O aeroporto novo também afetaria Guarulhos ao gerar uma competição pela oferta de voos das companhias aéreas. "Mesmo com tarifa aeroportuária controlada, a tendência é que, com a saturação dos aeroportos, os custos não regulados sejam altíssimos e Guarulhos se torne um aeroporto elitizado", disse Castellini. Com uma terceira opção, esse processo poderia ser minimizado.

As companhias aéreas veem com bons olhos os projetos de construção de novos aeroportos, disse o consultor técnico da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Adalberto Febeliano. Para ele, a construção de novos aeroportos dará um poder de negociação das empresas para definir onde formarão seus hubs (centros de distribuição de voos).

Febeliano lembrou que uma eventual mudança na legislação para viabilizar o aeroporto de Caieiras abrirá também oportunidades para outros aeroportos privados. Neste ano, o governo autorizou a construção de dois novos aeroportos na região de São Paulo para aviação executiva - em Parelheiros, na Zona Sul de São Paulo, e em São Roque, a 60 km na capital.

"Guarulhos e Congonhas têm suas limitações e a alternativa que as empresas têm hoje para ampliar a oferta de voos em São Paulo é Viracopos. Se tivéssemos mais três aeroportos, essa oferta se espalharia entre eles."

CCR

O aval para o aeroporto de Caieiras pode dar à CCR a possibilidade de administrar dois aeroportos privados do País. A empresa venceu a concessão do aeroporto de Confins em novembro, em um leilão que teve como regra a proibição dos donos de concessões de aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília, leiloados em 2012, de participar da disputa como sócios majoritários.

"Se a CCR não tivesse Confins, seria justo. Mas a partir do momento que foi imposta uma restrição às empresas que disputaram as concessões, a CCR não poderia ter mais que 15% na operação do aeroporto de Caieiras", disse Respicio Espírito Santo, professor de transporte aéreo da UFRJ. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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