Avião da TAM decola do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo: companhias aéreas querem funcionamento 24 horas durante a Copa do Mundo (Paolo Fridman/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 14 de novembro de 2013 às 17h34.
São Paulo - As companhias aéreas formalizaram, na noite desta terça-feira, um pedido à Secretaria de Aviação Civil para que os aeroportos das cidades-sede fiquem abertos entre 1º de junho e 20 de julho - período que engloba o boom de turistas que o país deve receber para a Copa do Mundo.
A proposta da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) só afetaria, na prática, os aeroportos de Congonhas, em São Paulo, e Santos Dumont, no Rio de Janeiro, que só têm vôos entre 6h e 23h hoje. Os demais funcionam 24 horas por dia.
Estes, no entanto, abrem em regime parcial porque estão situados dentro das respectivas cidades. Moradores já prometem se posicionar contra a medida.
A Abear afirma que o objetivo é garantir que nenhum passageiro deixe de voar durante a Copa por causa de mau tempo.
Além disso, a associação esclarece que a solicitação não busca que os aeroportos funcionem em tempo integral durante toda a competição esportiva.
"A expressão “operação 24” deve ser entendida, portanto, como um esquema de prontidão para essas situações especiais envolvendo os aeroportos de Congonhas e Santos Dumont", disse em nota.
Para explicar melhor a proposta, a associação dá um exemplo de quem seria beneficiado com a mudança: um torcedor que pela manhã deixe seu hotel no Rio de Janeiro, acompanhe uma partida no estádio do Maracanã à tarde e tenha voo marcado à noite para assistir a uma partida em Fortaleza no dia seguinte.
No caso de mau tempo no final da tarde e interrupção prolongada das operações no Santos Dumont, seu embarque naquele mesmo dia ficaria impossibilitado e ele teria que ser acomodado na capital carioca - mesmo que em uma situação de pouca disponibilidade nos hotéis.
Sendo assim, o funcionamento estendido do aeroporto possibilitaria que, tão logo as condições de operação fossem reestabelecidas, esse passageiro pudesse embarcar para Fortaleza, "mesmo que pouco tempo depois das 23h", diz a nota.
A Secretaria de Aviação Civil confirmou que vai avaliar os pontos expostos pelas aéreas, analisando a viabilidade, inclusive econômica, e só então irá se posicionar.
Moradores das regiões dos dois aeroportos prometem brigar contra a proposta. A presidente da associação de moradores do bairro de Moema afirmou à Folha de S. Paulo ser totalmente contra a abertura 24 horas. "Farei o possível para que todos de Moema saibam e façam abaixo-assinado para impedir que isso aconteça", disse.
Atualizada em 13/11, às 15h45, para inclusão do posicionamento da Abear.