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Aedes aegypti do Bem reduz em 82% incidência do mosquito

Desde julho, segundo dados da prefeitura, apenas um caso da doença foi registrado no bairro testado, comparado aos 50 ocorridos no município


	Mosquito: foram liberados 800 mil mosquitos que carregam um gene autolimitante que faz com que seus filhotes morram ainda na fase de larva
 (James Gathany/Wikimedia Commons)

Mosquito: foram liberados 800 mil mosquitos que carregam um gene autolimitante que faz com que seus filhotes morram ainda na fase de larva (James Gathany/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 20 de janeiro de 2016 às 13h32.

A quantidade de larvas selvagens do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya, diminuiu 82% no bairro Cecap/Eldorado, onde, desde março do ano passado, estão sendo soltos mosquitos geneticamente modificados.

A comparação foi feita com o bairro Alvorada, a 1,5 quilômetro da região onde o Projeto Aedes aegypti do Bem, desenvolvido em parceria com a empresa Oxitec, não está sendo aplicado.

O anúncio foi feito nesta terça-feira pela prefeitura de Piracicaba. O Cecap foi escolhido para o teste porque foi o bairro mais atingido pela dengue na cidade no verão de 2014-2015.

Desde julho, segundo dados da prefeitura, apenas um caso da doença foi registrado no bairro, comparado aos 50  ocorridos no município.

De acordo com a Secretaria de Saúde de Piracicaba, a experiência começou em abril do ano passado, com a liberação, até agora, de 800 mil mosquitos machos, que não picam as pessoas e carregam um gene autolimitante que faz com que seus filhotes morram ainda na fase de larva.

A população inicial beneficiada pelo projeto foi de 5 mil pessoas. O objetivo é estender o experimento para a região central da cidade, englobando de 35 a 60 mil habitantes.

Com o sucesso do projeto, a prefeitura e a empresa criadora da tecnologia assinaram um protocolo de intenções para instalação de uma fábrica da Oxitec no município, já que o laboratório onde são produzidos os insetos fica em Campinas, também no interior paulista.

Com isso, a produção semanal passará de 2 milhões de mosquitos para 60 milhões, o que permitirá a extensão do programa.

A fábrica gerará mais de 100 empregos.

Segundo o diretor da Oxitec do Brasil, Glen Slade, a produção da fábrica piracicabana poderá também ser usada para tratar outras cidades do estado de São Paulo e do Brasil que se interessem em usar o chamadio Aedes aegypti do Bem para combater o transmissor da dengue, zika e chikungunya.

“Nos próximos anos, faremos um investimento da ordem de milhões de reais na nova unidade de Aedes aegypti do Bem, que tem capacidade prevista de atender mais de 300 mil pessoas”, anunciou Slade.

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