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Aécio se mantém como "presidente licenciado" do PSDB

Aécio optou por deixar o senador Tasso Jereissati no comando apesar de ter, pelo estatuto tucano, a prerrogativa de reassumir o cargo

Aécio Neves: ele avisou que não pretende, ao menos por enquanto, retomar a presidência efetiva da legenda (Edilson Rodrigues/Agência Senado)

Aécio Neves: ele avisou que não pretende, ao menos por enquanto, retomar a presidência efetiva da legenda (Edilson Rodrigues/Agência Senado)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de julho de 2017 às 09h04.

Brasília - No retorno ao Senado após 46 dias de afastamento das funções parlamentares, o senador Aécio Neves (MG) avisou aos correligionários do PSDB que não pretende, pelo menos por enquanto, retomar a presidência efetiva da legenda, mas continuará como "presidente licenciado".

Pelo estatuto tucano, ele teria a prerrogativa de reassumir o cargo, mas optou por deixar o senador Tasso Jereissati (CE) no comando. Apesar da decisão, Aécio, Tasso e o senador José Serra (SP) se colocaram contra a proposta de aliados do governador Geraldo Alckmin de antecipar a convenção nacional do PSDB de maio de 2018 para o segundo semestre.

A antecipação da renovação da direção partidária também é defendida pelos "cabeças pretas", ala do PSDB da Câmara que prega o rompimento com o presidente Michel Temer, e por setores do partido que atuam nos movimentos sociais, como a J-PSDB (Juventude Tucana).

Em conversas reservadas, deputados dizem que a presença de Aécio como presidente licenciado traz todos os holofotes para o PSDB. Os "cabeças pretas" avisaram que, se o senador não fizer "um gesto de grandeza" de renunciar, o grupo vai começar a pressioná-lo publicamente.

Em reunião na semana passada com senadores e deputados, Serra expôs esse raciocínio. A solução que se constrói nos bastidores da sigla é deixar do jeito que está.

Ou seja: adiar ao máximo a próxima reunião da Executiva e deixar Tasso no comando de forma interina, enquanto Aécio fica por prazo indeterminado como presidente licenciado.

Os caciques também não querem dar holofote aos "rebeldes". O principal obstáculo à proposta de manter a cúpula tucana, entretanto, é Alckmin. Mas até ele dá sinais de que pode aceitar a ideia. O prefeito João Doria, aliado do governador, se posicionou contra antecipar a eleição.

"Tasso pode ser efetivado, mas só para cumprir o final deste mandato, até maio de 2018, quando o PSDB deve convocar eleição para o Diretório Nacional", disse à reportagem.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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