Presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves: justificativa na representação é de que político declarou à um patrimônio de R$ 617 mil, mas foi flagrado em uma blitz dirigindo um Land Rover (Jose Cruz/ABr)
Da Redação
Publicado em 12 de julho de 2013 às 22h22.
Belo Horizonte - O senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou, por meio da assessoria, que não há relação entre o capital social e o patrimônio de uma empresa. A nota divulgada por Aécio se refere a uma representação que foi apresentada contra ele à Procuradoria Geral da República, em maio de 2011, por deputados que fazem oposição ao governo de Minas Gerais. Nesta sexta-feira, 12, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou, em Belo Horizonte, que "nos próximos dias" vai emitir parecer sobre a representação.
A justificativa apresentada na representação é de que Aécio declarou à Justiça Eleitoral um patrimônio de pouco mais de R$ 617 mil, mas foi flagrado em uma blitz da Lei Seca no Rio dirigindo um Land Rover. O veículo, avaliado em mais de R$ 300 mil, estava em nome da Rádio Arco-Íris, retransmissora da Jovem Pan em Belo Horizonte que pertence a Aécio, a sua irmã Andrea e à mãe deles, Inês Maria Neves Faria. A empresa foi registrada na Junta Comercial de Minas Gerais (Jucemg) com capital social de R$ 200 mil. Na sua frota havia outros 11 veículos, sendo pelo menos três importados. Aécio entrou na sociedade no fim de 2010, após deixar o governo de Minas e ser eleito para o Senado.
Por meio da assessoria, o senador ressaltou que a emissora "declarou corretamente, entre seu patrimônio, a frota mencionada". "Toda ela constituída ao longo de 20 anos", observa. E salientou ainda que não há irregularidade no fato de usar o veículo da empresa.
Sobre a representação, o procurador-geral da República afirmou: "Ainda não conclui esse exame. É uma questão que ainda está sendo examinada, mas haverá uma definição antes da conclusão do meu mandato, sem dúvida nenhuma". Ele esteve em Belo Horizonte para receber a Grande Medalha Juscelino Kubitschek, entregue pelo governador de Minas, Antonio Anastasia (PSDB), mas que foi concedida ao procurador-geral em 2009, ainda durante a gestão de Aécio no Executivo mineiro.
A revelação de que o senador é sócio da emissora deflagrou uma briga interna no Ministério Público Estadual (MPE) de Minas Gerais. Depois de o então procurador-geral de Justiça do Estado Alceu José Torres Marques arquivar representação para verificar se a rádio, que era dirigida por Andrea, recebia recursos do governo mineiro durante a gestão de Aécio - na qual Andrea presidia o Grupo Técnico de Comunicação do Executivo - integrantes do bloco Minas Sem Censura, de oposição ao governo, fizeram nova denúncia ao MPE.