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Aécio promete investigar denúncias na Petrobras caso eleito

Sobre a disputa no segundo turno, Aécio Neves a classificou de melancólica e lamentou o que chamou de tentativa da presidente Dilma em dividir o Brasil


	Aécio Neves: ele criticou posição manifestada pela presidente Dilma Rousseff
 (Marcos Fernandes/Coligação Muda Brasil/Divulgação)

Aécio Neves: ele criticou posição manifestada pela presidente Dilma Rousseff (Marcos Fernandes/Coligação Muda Brasil/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2014 às 21h49.

Rio de Janeiro - O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, voltou a comentar hoje (10) o depoimento do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef nas ações penais que investigam o esquema de corrupção deflagrado pela Operação Lava Jato da Polícia Federal.

O tucano conversou com jornalistas em um hotel na zona sul do Rio, antes de gravar seu programa eleitoral, e criticou posição manifestada pela presidente Dilma Rousseff, que, em entrevista dada nesta sexta, se disse estarrecida com a divulgação de trechos dos depoimentos durante o período eleitoral.

“A presidente deu uma declaração que considera estarrecedor o vazamento de depoimentos. Eu considero estarrecedor os depoimentos, essa confissão de crime cometido sucessivamente e de forma contínua ao longo dos 12 anos. Assaltaram a maior empresa brasileira, nas barbas do governo, e não há sequer uma reação de indignação da presidente. Ela está indignada com o vazamento, não está indignada com os depoimentos.”

Aécio disse que é preciso responsabilidade para não se fazer acusações sobre a participação de outros integrantes do governo no escândalo, mas frisou que, se for eleito, irá fundo nas investigações sobre as denúncias de corrupção na estatal.

“Eu tenho que ter muita responsabilidade ao fazer qualquer tipo de acusação. Agora nós estamos vendo que a corrupção se institucionalizou no seio de nossa maior empresa. É o tesoureiro do PT, que sustenta a estrutura partidária, acusado de receber esses recursos desviados da corrupção. É preciso que essas investigações avancem, essa primeira delação não pôde incluir nome de pessoas com foro privilegiado. O que eu posso dizer é que, se eleito presidente da República, nós vamos a fundo nessas investigações. Vamos estimular todos esses órgãos, que já cumprem o seu dever constitucional, para que as investigações possam ir no limite do que seja necessário e que todos, absolutamente todos, os responsáveis sejam processados e os culpados, exemplarmente punidos.”

Hoje, a Justiça Federal em Curitiba divulgou nota esclarecendo que os depoimentos de Costa e Youssef foram tomados, na última quarta (8), em uma ação penal pública e que, portanto, não foram vazados.

De acordo com a direção da Seção Judiciária do Paraná, a tramitação das ações penais oriundas da Operação Lava Jato não podem ser confundidas com a delação premiada assinada por Costa e Youssef, cujo conteúdo é sigiloso.

Sobre a disputa no segundo turno, Aécio Neves a classificou de melancólica e lamentou o que chamou de tentativa da presidente Dilma em dividir o Brasil.

“Acho que é triste. Chega a ser melancólico o início deste segundo turno, onde a presidente da República prefere, talvez por não ter outros argumentos, ir naquela velha e perversa tentativa de divisão do Brasil entre nós e eles, entre Nordeste e Sudeste, entre Norte e Sul. A quem isso serve? Apenas ao projeto de governo do PT. É triste ver a presidente da República, que deveria ter exatamente esta responsabilidade de manter o país coeso, para que todos se sentissem irmanados, querendo transformar os brasileiros em inimigos, dentro do nosso próprio território.”

Mais cedo, em decisão que autorizou a Polícia Federal, a Petrobras e a Controladoria-Geral da União (CGU) a investigarem as declarações prestadas pelo ex-diretor da Petrobras e o doleiro, o juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, responsável pela investigação, criticou insinuações de que houve vazamento do conteúdo do depoimento com objetivos eleitorais.

“Os depoimentos prestados na última audiência na ação penal pública não foram 'vazados' por esta corte de Justiça ou por quem quer que seja. A sua divulgação, ainda que pela imprensa, é um consectário normal do interesse público e do princípio da publicidade dos atos processuais em uma ação penal na qual não foi imposto segredo de Justiça”, explicou.

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