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Aécio Neves rechaça acusação de ter recebido propina

O senador negou ter recebido propina da Odebrecht no exterior e também cobrou o fim dos sigilos sobre as delações premiadas de executivos da empreiteira

Aécio Neves: o senador disse que solicitou ao relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin, acesso à delação citada na revista para que possa se defender (Flickr/Senado/Divulgação)

Aécio Neves: o senador disse que solicitou ao relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin, acesso à delação citada na revista para que possa se defender (Flickr/Senado/Divulgação)

AB

Agência Brasil

Publicado em 4 de abril de 2017 às 18h56.

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (PSDB-MG), fez hoje (4) um discurso no Senado para negar que tenha recebido propina da Odebrecht no exterior.

Ele também cobrou o fim dos sigilos sobre as delações premiadas de executivos da empreiteira.

De acordo com reportagem da revista Veja publicada no último fim de semana, o ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura, Benedicto Júnior, teria dito em sua delação que pagou propina a Aécio em uma conta num banco em Nova York, que era administratada por sua irmã, Andrea Neves.

Aécio disse que solicitou ao relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin, acesso à delação citada na revista para que possa se defender, além da investigação do vazamento.

Segundo as informações publicadas pela Veja, os pagamentos seriam uma contrapartida por ele ter atendido a interesses da empreiteira em obra da Cidade Administrativa, sede do governo de Minas Gerais - construída entre 2007 e 2010 - e na construção da Hidrelétrica de Santo Antônio, em Rondônia, na qual a companhia hidrelétrica de Minas Gerais (Cemig) tem participação.

O senador classificou a informação de "mentira, calúnia, injúria, difamação e crime".

"Mas mesmo nada disso do que foi relatado existindo, nada sendo real, as senhoras e os senhores sabem bem: o factoide cumpriu o papel de instrumento, ou melhor, de poderosa arma para atacar a minha reputação e de minha família. Os prejuízos pessoais e políticos são incalculáveis", disse aos senadores.

Aécio Neves também falou em cerceamento do direito de defesa de políticos que são apontados em delações vazadas e não têm condição de se defender das acusações por não terem acesso ao conteúdo completo dos depoimentos.

Segundo ele, com esse tipo de situação "corremos o risco de nos transformar de país infestado pela corrupção numa pátria de cidadãos sem direitos".

"Não podemos permitir que a saudável indignação dos brasileiros se transforme num indignação preguiçosa e superficial de quem prefere a opção fácil de ser contra tudo e contra todos a enfrentar a complexidade da realidade. Não podemos transformar-nos num país que confunda justiça com prévia condenação. Não podemos nos transformar num país em que a verdade seja apenas um detalhe secundário num pé de página qualquer", afirmou.

Logo após o discurso, o senador recebeu diversos apartes de colegas declarando apoio e solidariedade a ele.

Ainda durante o fim de semana, lideranças do PSDB também divulgaram nota pública condenando a reportagem e declarando confiança no presidente do partido.

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