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Aécio não tem público para passar Marina, avalia França

Coordenador financeiro de Marina minimizou a queda da ex-senadora nas pesquisas eleitorais


	Marina Silva (PSB): candidata caiu de 29% para 25% no Ibope e oscilou de 27% para 25% no Datafolha
 (Sergio Moraes/Reuters)

Marina Silva (PSB): candidata caiu de 29% para 25% no Ibope e oscilou de 27% para 25% no Datafolha (Sergio Moraes/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 30 de setembro de 2014 às 21h39.

São Paulo - O coordenador financeiro da campanha de Marina Silva (PSB), Márcio França, minimizou a queda de Marina nas pesquisas e disse considerar pouco provável que o candidato tucano Aécio Neves chegue ao segundo turno.

"Todo mundo que entende de pesquisa acha muito mais fácil não ter segundo turno, apesar de essa ser também uma possibilidade remota, que o Aécio chegar lá. Risco sempre existe, mas não é provável", disse França ao Broadcast Político.

"Com emoção fica mais gostoso", brincou.

"Acho que, com dois minutos de televisão, contra o bombardeio que ela sofreu, é mais ou menos razoável que se esperasse que ela fosse cair", avaliou sobre a posição da candidata nas pesquisas.

Um dos maiores defensores da tese do voto útil em Marina, França diz que apesar de agora a ex-ministra apresentar desempenho semelhante a Aécio nos cenários de segundo turno, ela ainda é a melhor opção para bater Dilma Rousseff (PT).

Para França, Marina gera mais perigo para a reeleição de Dilma, já que para o PT é mais fácil enfrentar o PSDB, que é um inimigo conhecido. "Os tucanos são fregueses de carteirinha do PT já."

E repete o argumento de que, com tempo equivalente de TV, a situação ficará mais difícil para a petista. "Dilma tem de fazer de tudo para ganhar no primeiro turno porque sabe que no segundo serão 10 (minutos) contra 10 (minutos)" , disse

França apontou também que Marina teria mais facilidade em recuperar votos no Nordeste que o tucano. "O que diferencia muito a Marina é a origem, a sensibilidade social. Ela consegue ter uma empatia com a população parecida com a do Lula."

Para ele, Aécio teria pouco a avançar nesse sentido. "Não há público para o Aécio virar."

Ele admite que podem ter havido erros pontuais na campanha, mas ressalva que a situação de Marina foi peculiar por ela ter assumido após a tragédia que matou Eduardo Campos e por ela ser um quadro abrigado no PSB - já que não conseguiu criar o Rede Sustentabilidade.

"Tenho críticas, mas só quem está lá dentro sabe avaliar", afirmou França, que ressalvou ter contribuído mais com a área financeira que de fato contribuído com a estratégia da campanha.

Apesar de toda a argumentação, França admite que o momento para a candidata do PSB é delicado e que é preciso esforço nessa reta final para garantir que a campanha avance para além de 5 de outubro.

"Ela precisa fazer esforço para se movimentar e chegar no segundo turno, aí começa uma nova eleição", afirmou.

França fez ainda uma menção saudosa a Campos. Disse que, considerando que Marina se preparava para ser vice, está desempenhando bem seu papel até aqui, mas que a eleição seria mais fácil com o "craque" Eduardo Campos.

"Nunca achei que essa eleição fosse fácil. Só se a gente ainda tivesse Eduardo, que era um 'Neymar'. Não tendo o nosso 'Neymar', o jogo fica mais equilibrado", concluiu França, que era próximo de Campos.

As pesquisas Datafolha e Ibope/Estadão/TV Globo divulgadas nesta noite evidenciaram o acirramento pelo segundo lugar nas intenções de voto. A petista segue na liderança com 39% no Ibope e 40% no Datafolha.

Já Marina caiu de 29% para 25% no Ibope e oscilou de 27% para 25% no Datafolha. Aécio manteve 19% das intenções de voto no Ibope e oscilou de 18% para 20% no Datafolha. Dilma venceria os dois adversários no segundo turno, informam os institutos de pesquisa.

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