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Aécio ignora inflação da gestão FHC, rebate Lula

Para Lula, a estratégia do tucano de mirar a inflação na campanha, desdenhando a marca "País rico é País sem pobreza", do governo Dilma Rousseff, peca pelo "esquecimento"


	"Aécio está copiando o slogan da Dilma, mas se esquece da inflação que esse País já teve com eles", disse Lula
 (Ricardo Stuckert/Instituto Lula)

"Aécio está copiando o slogan da Dilma, mas se esquece da inflação que esse País já teve com eles", disse Lula (Ricardo Stuckert/Instituto Lula)

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Da Redação

Publicado em 24 de maio de 2013 às 10h00.

Brasília - Recebido por embaixadores africanos para um jantar, na quarta-feira, 20, aos gritos de "olê, olê, olá, Lula, Lula", o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ironizou o senador Aécio Neves, possível candidato do PSDB à Presidência, que lançou o slogan "País rico é País sem inflação".

Para Lula, a estratégia do tucano de mirar a inflação na campanha, desdenhando a marca "País rico é País sem pobreza", do governo Dilma Rousseff, peca pelo "esquecimento".

"Aécio está copiando o slogan da Dilma, mas se esquece da inflação que esse País já teve com eles", disse Lula ao jornal O Estado de S. Paulo, à saída do jantar em sua homenagem, na Embaixada do Quênia.

O PT vai mostrar na campanha de Dilma à reeleição, em 2014, que a média anual de inflação nos dez anos do governo petista foi de 6,04%, enquanto nos oito da administração Fernando Henrique Cardoso ficou em 9,24%.

Bem-humorado e saudado com tapinhas nas costas pelos africanos, Lula não se importou nem mesmo com a falta de energia na embaixada, provocada por uma pane elétrica.

"Apesar de eu falar sempre do programa Luz para Todos, faltou luz aqui hoje, mas, possivelmente, o embaixador Kirimi (Peter Kirimi, do Quênia) queria que a gente tivesse um jantar à luz de velas", brincou o ex-presidente, que, antes de retornar a São Paulo, ontem, tomou café da manhã com Dilma, no Alvorada.

Embora as críticas de Aécio ao "pibinho" e à alta de preços, os atritos do Planalto com o PMDB e as preocupações com a possível candidatura de Eduardo Campos (PSB) tenham passado longe das conversas entre os convidados, a disputa de 2014 se fez presente.


Lula ficou vermelho quando o embaixador do Benin, Isidore Benjamin Amédée Monsi, o chamou de "nosso presidente" e puxou o refrão "Olê, olê, olê, olá, Lula, Lula", num português carregado de sotaque francês.

Ao lembrar que Dilma participará, no sábado, 25, da festa dos 50 anos da União Africana, na Etiópia, Lula garantiu que todos terão uma "surpresa agradabilíssima" quando ela voltar, porque as relações entre Brasil e países africanos vai aumentar muito.

"Aí, ao invés de dizerem que teve um presidente que gostava da África, vocês vão dizer que foram dois", afirmou, sob aplausos. "Dilma foi a Londres , conhece Nova York, vai em outubro a Washington, mas tenho a convicção de que ela voltará de Adis Abeba mais africana do que eu. A viagem vai fazer um bem extraordinário à cabeça dela", emendou.

Na despedida, o embaixador do Zimbábue, Thomas Bvuma, expressou o sentimento dos colegas. "Nós amamos você e sentimos sua falta, Lula. Você elevou os embaixadores africanos de dogs vira-latas para dogs de estimação", comparou ele. Foi uma gargalhada só.

'Bomba-relógio'

O presidente do PSDB, senador Aécio Neves, voltou, na quinta-feira, 23, a criticar o governo por não controlar a inflação. "Há uma bomba-relógio preparada para o futuro, porque o governo vem aumentando de forma rigorosa os gastos correntes mais do que o crescimento da economia e essa é uma conta que não fecha", disse ele a jornalistas ao entrar no estúdio do SBT para participar do Programa do Ratinho. "Quando eu falo dessa preocupação, eu não estou torcendo para que a inflação aumente."

Ao ser questionado sobre o Bolsa Família, ele disse que manteria o programa se eleito, mas alegou que o PSDB defende mudanças para que os beneficiários recebam qualificação profissional. "Esse ciclo do PT foi importante na expansão dos programas sociais, mas está na hora de mudar."

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