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Aécio diz que apoiará Campos se não chegar ao 2º turno

Senador não tem convicção sobre a reciprocidade do apoio por parte do presidente do PSB, mas disse que "acredita cada vez mais" nessa possibilidade


	Presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, coordena a reunião da Executiva Nacional do partido, em maio deste ano
 (José Cruz/ABr)

Presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, coordena a reunião da Executiva Nacional do partido, em maio deste ano (José Cruz/ABr)

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Da Redação

Publicado em 12 de dezembro de 2013 às 15h13.

Brasília - O provável candidato do PSDB à Presidência, o senador Aécio Neves (MG), disse que caso não chegue ao segundo turno da disputa pelo Planalto apoiaria a candidatura do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que também deve estar no páreo do ano que vem.

O senador não tem convicção sobre a reciprocidade do apoio por parte do presidente do PSB, mas disse que "acredita cada vez mais" nessa possibilidade, porque Campos terá que adotar um "discurso de oposição" durante a campanha eleitoral.

Ele e Campos encontraram-se no fim de semana no Rio de Janeiro e discutiram cenários eleitorais e possíveis alianças em alguns Estados, mas o tucano evitou dar detalhes do que ficou acertado. Ao longo do ano, os dois conversaram várias vezes e têm feito alguns movimentos conjuntos como oposição ao governo.

Aécio, que reuniu a imprensa na noite de quarta-feira em Brasília, mostrou-se confiante numa chance de vitória nas próximas eleições, mesmo tendo que enfrentar a presidente Dilma Rousseff, líder nas pesquisas eleitorais, que indicam ainda uma possibilidade de reeleição em primeiro turno.

Segundo o senador mineiro, Dilma não tem uma bandeira expressiva de sua gestão e haverá entre o eleitorado uma fadiga depois de 12 anos da administração petista no governo federal. Além disso, ele aposta no sentimento de mudança captado recentemente pelas pesquisas.

Aécio tem certeza também que os movimentos políticos do ex-governador de São Paulo José Serra, que ainda poderia tentar disputar a Presidência em 2014, não prejudicarão a unidade do PSDB para o pleito do próximo ano.

Segundo ele, a candidatura dos tucanos já estará definida em março, e Serra não trará dificuldades ao partido.


"O que vocês acham que é um limão, vai se tornar uma boa limonada", disse a jornalistas sobre a possível insistência de Serra em se candidatar pela terceira vez à Presidência pelo PSDB, depois de ser derrotado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e por Dilma.

Aécio avalia que a oposição termina o ano bem posicionada nas pesquisas e que a cobertura desigual da mídia e a força de propaganda do governo não permitem um desempenho melhor nesta altura. Ele aposta que a partir de abril, quando as candidaturas ficam mais claras, é possível um novo avanço nas sondagens eleitorais.

Mas o tucano aposta que uma virada, ou mudança drástica, no cenário eleitoral só ocorrerá depois da Copa do Mundo, entre junho e julho. E aí reside, na sua avaliação, uma dificuldade para as candidaturas de oposição.

Como a competição é no Brasil, a população só ficará atenta ao debate político entre agosto e setembro, o que na prática cria uma campanha eleitoral muito curta e torna o jogo mais difícil para quem está na oposição.

Ética e Mais Médicos

Aécio afirmou ainda que pretende falar "muito" de ética durante a sua campanha, mesmo que o Supremo Tribunal Federal (STF) julgue a ação penal que trata do chamado "mensalão mineiro" ou acate pedido de investigação da Polícia Federal sobre um suposto cartel no sistema de trens e metrôs de São Paulo, que pode atingir integrantes de governos tucanos do Estado.

Segundo ele, se algum tucano cometeu irregularidades terá que pagar.

Apesar de apontar a falta de uma bandeira forte para o governo Dilma, Aécio admite que o programa Mais Médicos pode se transformar num trunfo eleitoral para a petista. O tucano afirmou, porém, que se chegasse ao Planalto mudaria seu formato.

"Eu não faria o contrato com essa organização (Organização Pan-Americana da Saúde)", disse sem dar mais detalhes.

O tucano deve apresentar, na próxima semana, um conjunto de prioridades que considera os principais problemas do país e como devem ser enfrentados. "Não é um programa de governo, mas são as nossas prioridades", disse o senador.

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