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Aécio defende recurso ao STF por CPI da Petrobras

Senador confirmou que representantes da oposição vão acionar o Supremo buscando garantias para a Comissão Parlamentar de Inquérito


	Aécio Neves: "vamos pedir que se cumpra a Constituição, que se garanta o direito das minorias de investigar", destacou
 (Orlando Brito / PSDB)

Aécio Neves: "vamos pedir que se cumpra a Constituição, que se garanta o direito das minorias de investigar", destacou (Orlando Brito / PSDB)

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Da Redação

Publicado em 7 de abril de 2014 às 20h57.

Porto Alegre - O senador mineiro Aécio Neves, pré-candidato do PSDB à presidência da República, confirmou que representantes de partidos da oposição vão acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira, 08, buscando garantias para a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) voltada especificamente para a investigação da Petrobras.

"Vamos pedir que se cumpra a Constituição, que se garanta o direito das minorias de investigar", destacou, durante entrevista coletiva em Porto Alegre, no final da tarde desta segunda-feira,07, pouco antes de participar, como palestrante, da abertura do Fórum da Liberdade, um evento anual voltado á discussão de temas políticos e econômicos.

Aécio criticou a postura do presidente do Senado, Renan Calheiros, que admite que a CPI a ser instalada no Congresso investigue também o metrô de São Paulo e o porto de Suape, em Pernambuco, como querem os aliados da presidente Dilma Rousseff. O senador usou palavras como "vergonha" e "hipocrisia" para qualificar os movimentos da base governista e afirmou que "eles não querem investigar coisa alguma" e "querem, com esse artifício, impedir que haja foco na investigação da Petrobras".

Lembrou, ainda, que CPI é um direito das minorias. "Havendo um terço (de assinaturas) e fato determinado, cabe ao presidente do Senado ou da Câmara simplesmente pedir a indicação dos membros dos partidos e instalar a comissão", reiterou. Para Aécio, se a tese da base prevalecer, "a minoria perderá a capacidade de investigar qualquer denúncia em relação ao governo, agora ou no futuro".

Ipea

Assim como criticou o "aparelhamento" de empresas como a Petrobras pelo governo, Aécio lançou suspeitas sobre o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), fundação vinculada à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, que, na semana passada, reconheceu ter errado a divulgação dos resultados da pesquisa "Tolerância Social à Violência Contra Mulheres". "O Ipea sempre fez pesquisas, estudos e cenários para a sociedade e devemos, em defesa do Ipea, ver se eles não estão fazendo em defesa de um governo, o que é extremamente grave", comentou.


O senador tucano anunciou que três estudiosos do Instituto Teotônio Vilela (ITV) vão identificar quais os métodos que o Ipea vem utilizando em suas pesquisas, ao mesmo tempo em que parlamentares vão se mobilizar em defesa da fundação. "Vamos fazer o Congresso criar uma frente parlamentar em defesa do Ipea e vamos investigar o que está acontecendo com este instituto que agora parece muito mais próximo de um partido político", destacou. Na pesquisa que gerou a polêmica, o Ipea afirmou inicialmente que 65% dos brasileiros acham que mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas. Depois retificou o índice para 26%.

Aliança com o PP

Nas poucas horas que passou em Porto Alegre Aécio também fez contatos políticos, especialmente afagos, às lideranças do PP. O pré-candidato tucano busca um palanque forte no Rio Grande do Sul, que seu próprio partido, sozinho, não pode lhe dar, e pode encontrar esse aliado no PP. Embora esteja na base da presidente Dilma Rousseff, o partido tem a dissidência do Rio Grande do Sul, que não se mistura com o PT. Além disso, tem uma candidata, a senadora Ana Amélia Lemos, que lidera as pesquisas eleitorais para o governo do Estado.

Na entrevista coletiva, Aécio foi todo elogios a Ana Amélia, que trocou o jornalismo pela cadeira de senadora em 2011, mas evitou falar na perspectiva de ela se tornar candidata a vice-presidente na sua chapa, uma especulação que tem ganhado força no universo político gaúcho nos últimos dias. "A companhia da senadora é um privilégio e uma honra", afirmou. "Eu tenho de respeitar hoje a posição do PP, que ainda é de alinhamento ao governo federal", ressalvou. "O que posso dizer é que o movimento que estamos vivendo é de conversas no âmbito estadual, das direções partidárias, e as informações que tenho é de que vão muito bem".

Pesquisas

Ao comentar a mais recente pesquisa eleitoral, do Datafolha, divulgada no domingo, na qual manteve os 16% que tinha em fevereiro, mesmo que a presidente Dilma tenha caído de 44% para 38%, Aécio disse que um candidato é 100% conhecido da população enquanto os demais não são totalmente conhecidos e não têm a mesma exposição na mídia, prevendo que o quadro vai mudar quando começar o debate eleitoral. "O indicativo atual nos satisfaz plenamente", reiterou. "O sentimento que deve ser avaliado e sobre o qual temos nos debruçado em nossas análises é que dois terços da população querem mudanças profundas no Brasil."

Diante da queda de Dilma, o senador chegou a provocar os adversários. "Vejo o PT hoje como um partido à beira de um ataque de nervos, vejo o resultado das pesquisas e as disputas internas que não consegue mais esconder", avaliou. "Para mim é indiferente se o candidato (do PT) for Dilma ou Lula, quero é derrotar esse modelo que está aí fazendo tanto mal ao Brasil."

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