Brasil

Aécio defende paternidade de FHC sobre Bolsa Família

Dilma reagiu com indignação e afirmou não ter cabimento o tucano defender que um programa com a dimensão do Bolsa Família ser relacionado ao Bolsa Escola


	Dilma e Aécio: tucano reafirmou que não pretende acabar com programas sociais
 (Filipe Redondo/BAND)

Dilma e Aécio: tucano reafirmou que não pretende acabar com programas sociais (Filipe Redondo/BAND)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de outubro de 2014 às 07h16.

São Paulo - O candidato Aécio Neves (PSDB) reforçou o argumento de que o PT de Dilma Rousseff não sabe reconhecer méritos de governos anteriores e afirmou, durante o debate, que o verdadeiro pai do Bolsa Família é o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, seu correligionário, e a ex-primeira-dama Ruth Cardoso seria a verdadeira mãe.

"Se fizermos um raio-x do DNA do Bolsa Família, o pai será o presidente Fernando Henrique e a mãe, Ruth Cardoso. O programa do seu governo era o Fome Zero, mas vocês aproveitaram e avançaram no cadastramento único. Parabéns, o presidente Lula tem esse mérito", afirmou Aécio.

Dilma reagiu com indignação, afirmou não ter cabimento o tucano defender que um programa com a dimensão do Bolsa Família, que atende a 50 milhões de pessoas, ser relacionado a um programa como o Bolsa Escola, que segundo a petista atendia a 5 milhões. "Aí passou de todos os limites, já estamos na fabulação", disse a presidente.

"Vocês jamais aplicaram recursos em grandes programas sociais", afirmou ao acusar o governo do PSDB, que antecedeu a gestão petista, de "proibir" o governo federal de investir em escolas técnicas.

Dilma também aproveitou para engatar a crítica ao ajuste fiscal prometido pelo adversário, argumentando que poderia impactar os programas sociais que são vitrine do governo do PT, como Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida e o Pronatec, de acesso a ensino técnico. "Não condicionamos nossos programas a medidas impopulares, como ajustes fiscais e choque de gestão", disse Dilma.

Aécio reafirmou que não pretende acabar com programas sociais nem com bancos públicos, como vem sendo colocado pelo PT. E questionou se, além do Bolsa Família, o Brasil não poderia ter outros programas para combater a pobreza.

Aécio disse que sua proposta é de sanear os bancos públicos, ao que Dilma respondeu dizendo acreditar sim que o tucano queira reduzir o papel dessas instituições. "Eu acredito que transparência virou sinônimo de redução do papel dos bancos públicos. Eu não concordo. E acho que é exatamente isso que o senhor quer fazer, diminuir o papel dos bancos públicos."

Pouco antes a esse embate, Aécio havia questionado o motivo do sigilo de empréstimos do BNDES a um porto em Cuba. Dilma não respondeu diretamente sobre a questão do sigilo, mas disse que o Brasil está disputando financiamentos na área de serviços, porque é uma "área estratégica no mundo".

A presidente argumentou que o processo gera empregos no País. Aécio chegou a pedir explicações de por que esses investimentos não se destinaram a portos brasileiros, ao que Dilma respondeu: "o financiamento não foi feito a Cuba, porque não pode ser feito a Cuba. Fizemos investimentos a empresas brasileiras".

Acompanhe tudo sobre:aecio-nevesDilma RousseffEleiçõesEleições 2014PersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Brasil

Governo quer aumentar número de setores fora do tarifaço

Governo quer ampliar número de setores isentos do tarifaço de Trump, diz Alckmin

Recuperação de áreas degradadas pode contar com R$ 31,4 bilhões

Rio Grande do Sul registra neve em algumas localidades