Aécio: "Nos meus quase 30 anos de militância no PSDB sempre agi pela unidade do partido" (Marcelo Camargo/Agência Brasil/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 9 de novembro de 2017 às 20h53.
Brasília - O presidente licenciado do PSDB, senador Aécio Neves (MG), afirmou nesta quinta-feira, 9, que a sua decisão de destituir Tasso Jereissati (CE) do comando interino da sigla foi "absolutamente legítima", "natural" e "necessária" para garantir a isonomia da eleição da nova Executiva, marcada para o dia 9 de dezembro.
Nesta quinta-feira, ele indicou para o cargo o ex-governador de São Paulo Alberto Goldman, que é o mais velho entre os vice-presidentes da sigla.
"Nos meus quase 30 anos de militância no PSDB sempre agi pela unidade do partido, isso é incontestável, e sempre com enorme responsabilidade. A mesma responsabilidade que me fez indicar o senador Tasso Jereissati para cumprir adequadamente essa interinidade, como ele cumpriu, me fez, agora, nomear o ex-governador Alberto Goldman", defendeu Aécio à jornalistas.
A decisão do senador mineiro ocorre um dia após Jereissati oficializar que vai disputar a presidência do PSDB. Segundo Aécio, a candidatura do cearense é "legítima", mas, como há outro candidato na disputa, o governador Marconi Perillo (GO), é "natural que seja garantida a isonomia na disputa".
Além disso, ele afirmou que quer o debate sobre a presidência do PSDB se dê "em alto nível", porém sem tirar o foco das reformas estruturais defendidas pelo presidente Michel Temer. "É preciso discutir aquilo que interessa ao País. Me preocupa o PSDB sair da agenda ou da vanguarda das grandes reformas que precisam ocorrer para se limitar a uma disputa interna", declarou.
Enquanto o grupo de Aécio defende a permanência da sigla na base do governo, o grupo de Jereissati quer o desembarque até o final do ano. Em conversas reservadas, esta semana, o presidente licenciado do PSDB avaliou que os parlamentares contrários ao governo Temer, os chamados "cabeças pretas", também querem inviabilizar as reformas da atual gestão, como a da Previdência.
Aécio reforçou que tomou a decisão com "absoluta serenidade" e que consultou vários setores do partido. "Temos dois grandes nomes disputando a presidência, e agora Goldman conduzirá esse pleito com a isenção necessária."