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Aécio cobra de Dilma postura firme com o PMDB

O tucano cobrou do governo federal uma sinalização mais clara de que a recente "faxina" nos Ministérios não seja apenas uma maneira de "dar satisfação" à opinião pública

O primeiro passo dessa tentativa de aproximação foi dado pelo governador Antonio Anastasia, que assinou um decreto concedendo a Marina o título de cidadã honorária de Minas Gerais (Buno Magalhães)

O primeiro passo dessa tentativa de aproximação foi dado pelo governador Antonio Anastasia, que assinou um decreto concedendo a Marina o título de cidadã honorária de Minas Gerais (Buno Magalhães)

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Da Redação

Publicado em 19 de julho de 2012 às 14h45.

Brasília - O senador Aécio Neves (PSDB-MG) criticou na noite desta segunda-feira o que chamou de "postura reativa" do governo federal diante dos recentes escândalos de corrupção e afirmou que o Palácio do Planalto tem sido "mais cauteloso" quando as denúncias de irregularidades envolvem membros do PMDB, principal aliado do PT no Congresso Nacional.

O tucano cobrou do governo federal uma sinalização mais clara de que a recente "faxina" promovida na Esplanada dos Ministérios não seja apenas uma maneira de "dar satisfação à opinião pública" e avaliou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda participa da administração da presidente Dilma Rousseff. "Nós estamos vendo apenas um governo reativo, um governo que se movimenta apenas depois das denúncias serem veiculadas na imprensa, em relação a malfeitos em várias áreas", considerou. "O que nós não estamos assistindo até agora é efetivamente uma ação do governo federal na busca desses malfeitos, acionando o Ministério Público ou a própria Polícia Federal", acrescentou.

O tucano cobrou que as reformas estruturais promovidas pela presidente, ante denúncias de irregularidades, "sejam isonômicas", sem tratar de maneira distinta partidos da base aliada do governo federal. "A gente vê um governo mais cauteloso em relação ao PMDB, em razão da própria estrutura que a sigla tem. Isso não pode haver, a decisão e a ação têm de ser uma só", pregou.

O senador ressaltou ainda que a aprovação de uma CPI da Corrupção é um caminho natural caso o governo federal não dê "demonstrações cabais" de que pretende coibir a corrupção na máquina pública. "Se não houver a sinalização clara do governo federal de que não é apenas aparente essa busca das investigações, certamente nós acabaremos chegando a uma CPI", afirmou. "Eu não vejo hoje uma disposição sincera e efetiva do governo federal de investigar", alfinetou.

O tucano avaliou ainda que a atual gestão, assim como o governo anterior, tem desperdiçado a oportunidade de discutir temas importantes para o Brasil. "Falta foco ao governo federal, na verdade, o governo do PT deixou de ter um projeto de gestão para se focar apenas em um projeto de poder", criticou.

Na avaliação do senador, a presidente não propôs, em oito meses de governo, nenhuma proposta estruturante para o Brasil. "Ela seguiu o mesmo caminho do governo anterior, que foram oito anos sem nenhuma reforma estruturante para o Brasil", afirmou. Ele considerou ainda que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva interfere no atual governo federal porque a presidente permite a sua participação.

"Ele participa porque a presidente dá a ele essa condição de participar. No futuro, nós vamos ver se isso ajuda ou fragiliza a presidente", afirmou. O senador participou na noite de hoje de jantar promovido pela Fundação Dom Cabral, no Palácio dos Bandeirantes. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o ex-governador José Serra também participaram do evento.

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