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Aécio articula palanques no Nordeste para neutralizar Dilma

Senador começou uma ofensiva para ganhar votos em uma região historicamente resistente ao PSDB


	Presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves
 (José Cruz/ABr)

Presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (José Cruz/ABr)

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Da Redação

Publicado em 26 de junho de 2014 às 21h06.

Brasília - O candidato do PSDB à Presidência, senador Aécio Neves (MG), inaugura nesta sexta-feira, 28, uma ofensiva no Nordeste para usar aliados do governo Dilma Rousseff em conflito com o PT e ganhar votos em uma região historicamente resistente ao partido.

O tucano vai participar da convenção do PSDB no Piauí e marcará presença nas tradicionais festas de São João de Campina Grande, na Paraíba, e de Caruaru, no agreste pernambucano.

O périplo de Aécio tem por objetivo fechar na última hora palanques estaduais na região a fim de diminuir a vantagem que os candidatos do PT têm obtido desde a eleição de Lula, em 2002.

A estratégia de avançar sobre o Nordeste tem sido costurada pessoalmente pelo tucano desde que assumiu o controle do PSDB, em maio do ano passado.

A avaliação feita pela cúpula de campanha é que o PSDB precisa diminuir a distância com os petistas nos estados nordestinos, que garantiram a Dilma 90% da vantagem sobre o então oponente José Serra (PSDB), no segundo turno de 2010. As nove unidades da federação no Nordeste representam o segundo maior colégio eleitoral do País, com um quarto do eleitorado nacional.

As costuras na reta final ocorrem no momento em que a presidente tenta conter rebeliões em partidos aliados, com concessões e promessas de cargos, para garantir praticamente metade de todo o tempo de rádio e TV na campanha.

Aécio busca compensar a desvantagem de ter apenas um terço da exposição da adversária no horário eleitoral com palanques regionais fortes, inclusive com o apoio de antigos aliados de Dilma contrariados com o PT.

O PSDB deve lançar candidaturas próprias em apenas dois Estados.

Na Paraíba, o senador Cássio Cunha Lima espera conquistar o governo estadual mais uma vez e, em Alagoas, o partido, até o momento, se fia no poder da máquina para eleger Eduardo Tavares, ex-secretário do atual governador Teotônio Vilela Filho (PSDB).

Entretanto, as principais apostas do tucano na região ocorrem em palanques comandados por partidos aliados de Dilma nacionalmente. A coordenação da campanha tucana contabiliza apoios em estados expressivos eleitoralmente como Bahia, Ceará, Maranhão e Piauí.

Bahia, Ceará e Maranhão

Na Bahia, maior colégio eleitoral nordestino, uma frente de 18 partidos deve dar um sólido palanque a Aécio Neves.

A chapa deve ser formada por Paulo Souto (DEM), o tucano Joaci Góes na vice e o ex-ministro de Lula Geddel Vieira Lima (PMDB) como candidato ao Senado.

Embora em 2010 a Bahia tenha garantido à Dilma sua maior liderança no segundo turno - foram 2,7 milhões de votos a mais do que recebeu Serra - o afastamento peemedebista, maior aliado no quadro nacional, preocupa a cúpula petista.

O quadro se repete no Ceará, terceiro maior eleitorado da região, em que o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira, se aliou aos tucanos. A vaga de vice está reservada ao PSDB ou ao DEM.

O peemedebista, líder nas pesquisas de intenção de voto, não deve dar palanque a Dilma, ocupando-se de trabalhar exclusivamente pela candidatura do tucano.

O distanciamento se deu após a insistência do PT em apoiar um nome indicado pelos irmãos Cid e Ciro Gomes (PROS).

Também no Maranhão um aliado do PT no plano nacional segue com Aécio. O ex-presidente da Embratur Flávio Dino (PCdoB) abrirá seu palanque para os dois adversários da presidente Dilma Rousseff: Aécio e Eduardo Campos.

Os tucanos acreditam que Aécio terá fôlego no estado, uma vez que a vaga de vice de Dino deve ser do partido, com o deputado Carlos Brandão.

Diferença

Os aliados de Aécio não têm ilusão de que vão vencer na região, mas consideram fundamental evitar a diferença de 10 milhões de votos que Dilma teve no Nordeste em 2010.

O coordenador do tucano na região e vice-governador de Alagoas, José Thomaz Nonô (DEM), aposta que o PT não terá mais o "passeio" que ocorreu no Nordeste teve nos pleitos anteriores.

Já o líder do PSDB na Câmara, Antônio Imbassahy (BA), argumenta que a vantagem petista vai ser reduzida "substancialmente". "Na Bahia, no Ceará e no Maranhão, eles não vão repetir o desempenho", avaliou.

Os tucanos também contabilizam uma boa votação no Nordeste do candidato do PSB, Eduardo Campos, para tirar votos de Dilma. Na região, o pessebista é atualmente o segundo na preferência do eleitorado.

Em Pernambuco, estado que rendeu a presidente a segunda maior margem de votos nas eleições passadas, o PSDB fechou um acordo informal com os pessebistas e deve apoiar Paulo Câmara, apadrinhado de Campos.

"O fato de votar no Eduardo também ajuda Aécio", resume Imbassahy.

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