Brasil

Aécio afirma que houve ilegalidades no processo da PGR

Senador disse que a Procuradoria-Geral "falseou" informações e que "acredita na dimensão" dos ministros do STF, que podem torná-lo réu nesta terça-feira

Aécio Neves: tucano afirmou que suas tratativas com Joesley Batista sobre um empréstimo de R$ 2 milhões não envolveram dinheiro público (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Aécio Neves: tucano afirmou que suas tratativas com Joesley Batista sobre um empréstimo de R$ 2 milhões não envolveram dinheiro público (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 16 de abril de 2018 às 19h27.

Brasília - Na véspera do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), o senador Aécio Neves (PSDB-MG) voltou a procurar a imprensa para tentar se defender da denúncia contra ele. Em conversa com jornalistas, nesta segunda-feira, 16, Aécio questionou "ilegalidades" no processo, disse que a Procuradoria-Geral da República (PGR) "falseou" informações e que "acredita na dimensão" dos ministros do STF, que podem torná-lo réu nesta terça-feira, 17. "Decisão do STF se cumpre", disse.

Com a expectativa de que a Primeira Turma do STF vai aceitar a denúncia nesta terça, Aécio declarou que "ninguém transformado em réu é considerado culpado a priori". "Principalmente com as fragilidades dessas acusações, seja em relação à obstrução de Justiça ou em relação a esse empréstimo que não envolveu dinheiro público. Qualquer investigação vai mostrar que isso foi uma construção envolvendo Joesley e membros do Ministério Público", reforçou.

Ele reclamou que não teria havido investigação no processo e também criticou a celeridade da elaboração da denúncia pela PGR, o que teria "impedido que conferências sobre os fatos fossem feitas". "O lamentável é que a ânsia de punir impediu aquilo que é normal, o inquérito. Se tivesse havido investigações, minhas alegações teriam sido comprovadas." Ele disse ainda que "se a Justiça falta hoje a um, amanhã faltará a outros".

O senador justificou a coletiva de imprensa, convocada na véspera do julgamento por sua equipe, como uma forma de se contrapor com suas "armas" ao "tsunami" de informações que o atingiram. "Ninguém foi lesado, a não ser eu e minha família."

Aécio afirmou ainda que suas tratativas com Joesley Batista, dono da JBS, sobre um empréstimo de R$ 2 milhões ocorreram entre pessoas "privadas" e que não envolveram dinheiro público. "Qual empresa pública foi prejudicada (por conversas com Joesley)?", questionou Aécio.

O parlamentar disse que Joesley Batista, ao gravá-lo, tinha uma "encomenda clara" e recebeu benefícios por ela (com o acordo de delação premiada). Também disse que, em trecho de outra conversa, os irmãos Batista afirmaram anteriormente que o senador nunca "fez nada" por eles.

Assim como já havia afirmado em artigo publicado na Folha de S. Paulo, nesta segunda-feira, 16, Aécio disse que cometeu um erro, mas não cometeu qualquer irregularidade. "Não serão 20 minutos de uma conversa infeliz que vão definir minha história", declarou na coletiva de imprensa.

Acompanhe tudo sobre:aecio-nevesPGR - Procuradoria-Geral da RepúblicaPSDBSupremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Brasil

Apesar da alta, indústria vê sinal amarelo com cenário de juros elevado, diz economista do Iedi

STF rejeita recurso e mantém pena de Collor após condenação na Lava-Jato

O que abre e o que fecha em SP no feriado de 15 de novembro

Zema propõe privatizações da Cemig e Copasa e deve enfrentar resistência