Para Aécio, as medidas mostram que a teoria da "faxina" da presidente Dilma indica "que era um discurso sem consistência" (REUTERS/Ueslei Marcelino)
Da Redação
Publicado em 4 de abril de 2013 às 16h25.
São Paulo - O senador Aécio Neves (MG), provável candidato do PSDB à Presidência da República em 2014, atacou nesta quinta-feira as criações do 39º ministério do governo Dilma Rousseff (da Micro e Pequena Empresa), da 5ª estatal (a Hidrobrás) e o retorno do PR ao Ministério dos Transportes.
Para Aécio, as medidas mostram que a teoria da "faxina" da presidente Dilma indica "que era um discurso sem consistência". "O que move o governo em todas as áreas é a lógica da reeleição", acusou o presidenciável.
Após discursar para prefeitos no 57º Congresso Estadual de Municípios, em Santos (SP), Aécio disse que o governo federal não está preocupado com as questões centrais do País, como "a paralisia da economia, os gargalos da infraestrutura", entre outros.
"Isso só comprova o que tenho dito permanentemente: quem governa o Brasil não é mais a presidente, é a lógica da reeleição. Os espaços públicos não têm servido para melhorar a qualidade dos serviços públicos, mas para garantir alguns minutos a mais na propaganda eleitoral da presidente", concluiu o tucano.
Aécio também criticou a veiculação de propaganda da Petrobras, que, segundo ele, vive uma situação "gravíssima". "Considero acintosa a propaganda que a Petrobras coloca no ar agora, no momento de extrema dificuldade por que passa a economia", afirmou. Em sua avaliação, além de falhar na Petrobras, o governo também deixa a desejar nas áreas de logística e infraestrutura. "O que depende do setor privado vai bem. O que passa a depender do setor público vai mal", completou.
Falhas
Para Aécio, cabe à oposição mostrar ao País a diferença entre a situação "virtual", mostrada pelo governo, e a situação "real". O tucano disse que seu discurso será focado nas omissões, nas falhas e no caráter eleitoral das iniciativas do governo. "O governo hoje é nosso maior aliado para mostrar suas falhas", considerou o senador, que classificou a gestão da presidente Dilma de "improvisada" e de um governo "da insegurança jurídica".
Entre as críticas ao governo, Aécio acusou o Palácio do Planalto de submeter o Congresso Nacional a uma "posição vexatória", ao impor medidas provisórias, e não projetos de lei para discussão. "A base aceita essa posição subalterna", comentou.
A participação de Aécio no congresso estava prevista inicialmente para acontecer nesta sexta-feira (5), no mesmo dia em que está prevista a participação do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB).
No entanto, a agenda foi alterada porque o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), decidiu comparecer nesta quarta ao evento e sugeriu a Aécio que viesse junto com ele. O senador negou que a troca de data tenha acontecido para evitar um encontro com Eduardo Campos. "Bom é vir com Geraldo, não acha? Eu encontro com o Eduardo todos os dias, mais do que você imagina", brincou.