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Advogados de Santana fazem novo pedido de liberdade a Moro

O publicitário e sua esposa tiveram a prisão preventiva decretada pelo juiz na semana passada, durante a 23ª fase da Lava Jato


	João Santana: a defesa já havia pedido a revogação das prisões logo após os depoimentos prestados na semana passada
 (REUTERS/Rodrigo Paiva)

João Santana: a defesa já havia pedido a revogação das prisões logo após os depoimentos prestados na semana passada (REUTERS/Rodrigo Paiva)

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Da Redação

Publicado em 2 de março de 2016 às 17h03.

São Paulo - Os advogados do publicitário João Santana e de sua mulher, Mônica Moura, enviaram hoje (2) um novo pedido pela liberdade do casal ao juiz federal Sérgio Moro.

Ambos tiveram a prisão preventiva decretada pelo juiz na semana passada, durante a 23ª fase da Operação Lava Jato.

Após a detenção, o casal prestou depoimento em Curitiba, na sede da Superintendência da Polícia Federal (PF) no Paraná. A defesa já havia pedido a revogação das prisões logo após os depoimentos prestados na semana passada.

Na sexta-feira (26), o juiz Moro prorrogou a prisão de Santana e de Mônica por cinco dias, atendendo a pedido da Polícia Federal e do Ministério Público Federal.

Segundo a PF, há indícios de que o publicitário João Santana recebeu R$ 4 milhões da empreiteira Odebrecht no Brasil e os documentos apreendidos contradizem a versão apresentada pelo casal nos depoimentos.

A suspeita é que o dinheiro tenha origem no esquema de desvios na Petrobras.

Na decisão, Moro disse que João Santana e Mônica Moura não explicaram, nos depoimentos na Polícia Federal, os motivos pelos quais a Odebrecht teria feito pagamentos a eles pela participação em campanhas eleitorais na Venezuela e em Angola.

Argumentos da defesa

No pedido enviado hoje, os advogados Fábio Tofic e Débora Gonçalves argumentam que os dois publicitários estavam colaborando com as autoridades e se apresentaram, mesmo estando no exterior, tão logo souberam da ordem de prisão.

“Se esta prisão se presta mesmo ao fim que se admite, então ela não tem mais razão de ser, pois tudo indica que terão muito mais condições de colaborar em liberdade do que se mantidos no cárcere, sem a possibilidade de acesso a documentos, informações, extratos bancários e dados contábeis”, destaca o documento enviado ao magistrado.

Os defensores alegam ainda que não existem provas de que o publicitário e a esposa tenham praticado os crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

Santana diz que recebeu dinheiro no exterior como pagamento de campanhas eleitorais feitas na Venezuela e Angola.

No pedido, os advogados acrescentam, no entanto, que ainda que seja confirmada a acusação de que o dinheiro recebido foi para quitar dívidas relacionadas às eleições brasileiras de 2014, é preciso provar que ambos sabiam que os recursos tinham origem ilícita.

Em defesa do casal, os advogados argumentam ainda que Santana e Mônica “são empresários de renome do marketing político brasileiro e internacional e que, se cometeram algum pecado, foi o de receber recursos lícitos, fruto de trabalho honesto, em conta não declarada no exterior, crime que, nem mesmo neste egrégio Juízo, costuma sujeitar o réu ao cumprimento de prisão antecipada”.

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