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Advogado pró-armas é cotado para o Meio Ambiente

Desde a crianção do Movimento Endireita Brasil, Ricardo Salles provocou polêmicas com declarações sobre ditadura, aborto e na defesa da pena de morte

Salles: durante a corrida eleitoral para deputado federal, o candidato e o partido Novo tiveram conflitos de ideologias (Secretaria do Meio Ambiente de SP/Divulgação)

Salles: durante a corrida eleitoral para deputado federal, o candidato e o partido Novo tiveram conflitos de ideologias (Secretaria do Meio Ambiente de SP/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de novembro de 2018 às 08h15.

Última atualização em 28 de novembro de 2018 às 09h59.

Brasília - O presidente eleito, Jair Bolsonaro, fez nesta terça-feira, 27, uma série de consultas para definir o nome que vai chefiar o Ministério do Meio Ambiente. Em entrevista coletiva, ele disse que pretende anunciar a escolha ainda nesta quarta-feira (28).

Entre os cotados está o advogado Ricardo Salles, de 43 anos. Um dos criadores do Movimento Endireita Brasil (MEB), Salles foi secretário de Meio Ambiente de São Paulo no governo de Geraldo Alckmin (PSDB) e este ano concorreu a deputado federal pelo Novo, mas não se elegeu.

Durante a corrida eleitoral, o candidato e a legenda que o lançou tiveram conflitos de ideologias. Enquanto Salles usou suas redes sociais para difundir mensagens que incitam a violência, o Novo respondeu alertando que "não compactua com qualquer insinuação ou apologia à violência, de qualquer tipo, contra quem quer que seja".

Em comunicado na época, a sigla divulgou que orientadou o candidato e que não aprova a mensagem difundida por ele.

Antes de Salles, a preferência para ocupar a pasta era pelo doutor em ecologia Evaristo de Miranda, diretor da Embrapa, que alegou motivos pessoais para não aceitar o convite.

No início da tarde desta terça, Bolsonaro recebeu Salles no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), onde trabalha a equipe de transição. "Por enquanto é só conversa. Não tem nada concreto", disse o advogado à reportagem.

O general Augusto Heleno Ribeiro, futuro chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), telefonou para representantes do agronegócio em São Paulo para ouvir avaliações sobre a eventual indicações de Salles.

A equipe de Bolsonaro também cogitou o nome do engenheiro agrônomo Xico Graziano, oriundo do PSDB paulista, que enfrenta resistências do núcleo militar do novo governo.

Desde a fundação do MEB, Ricardo Salles provocou polêmicas com declarações sobre ditadura militar e aborto e na defesa da pena de morte.

Como secretário de Alckmin, ele teve uma gestão marcada por divergências políticas com o PSDB. A favor do advogado, aliados de Bolsonaro disseram que ele reduziu o número de cargos políticos, enxugando a secretaria.

Antes de se candidatar pelo Novo nas eleições deste ano, Salles tentou sem sucesso se eleger deputado estadual em 2010 pelo PP.

Grupo de trabalho

O diretor da Embrapa Evaristo de Miranda disse a Bolsonaro e aos futuros ministros da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e da Agricultura, Tereza Cristina, que poderá contribuir com o governo na inteligência e análise territorial.

Ele é o responsável pela criação de um grupo técnico na transição que faz uma radiografia da estrutura dos órgãos ambientais do governo e do setor.

No próximo dia 5, Miranda entregará a Bolsonaro o resultado do trabalho feito pelo grupo "exclusivo e específico" para cuidar da área.

"O grupo trabalhou muito e vai deixar tudo digitalizado", disse. "O que assusta é como o dinheiro não chega aos parques e a outras áreas do meio ambiente."

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