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Advogado de Filipe Martins é detido no STF por desacato em julgamento da trama golpista

Defensor proferiu ofensas ao não conseguir entrar na Primeira Turma; ele foi liberado pouco depois

Agência o Globo
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Publicado em 25 de março de 2025 às 11h26.

Última atualização em 25 de março de 2025 às 11h52.

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O advogado Sebastião Coelho, que representa o ex-assessor Filipe Martins, foi detido por desacato nesta terça-feira no Supremo Tribunal Federal, que analisa se torna o ex-presidente Jair Bolsonaro e sete aliados réu na trama golpista. O defensor foi liberado pouco depois.

De acordo com o Supremo, ele foi detido pela Polícia Judicial em flagrante por desacato e ofensas ao tribunal. O presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, determinou que fosse feito um boletim de ocorrência por desacato e, em seguida, a liberação do advogado.

Coelho, que é desembargador aposentado, não conseguiu entrar na sala de sessões da Primeira Turma, onde a denúncia está sendo analisada. A alegação da Corte é que Martins foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), mas não integra o "núcleo central", cuja acusação está sendo analisada nesta manhã. Martins foi assessor de Bolsonaro para assuntos internacionais.

Deputados se queixam

Deputados aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro também reclamaram por não conseguirem acompanhar o julgamento da sala da Primeira Turma.

Os deputados não haviam informado com antecedência o Supremo. Os seguranças da Corte barraram a entrada deles, o que gerou gritaria e confusão na entrada da Primeira Turma. Coordenados pelo líder da oposição da Câmara, o deputado tenente Zucco (PL-RS), eles chegaram em comboio ao Supremo com a premissa de prestar solidariedade a Bolsonaro, que marcou presença no julgamento.

"Nesse sentido, nós estamos aqui, deputados da liderança da oposição, ficaremos hoje e amanhã para aprendermos que direito eles querem ensinar à sociedade brasileira. O mundo está atento ao que vai acontecer no dia de hoje", declarou o deputado Zucco antes de ser avisado que não poderia entrar na sessão da Primeira Turma.

"Qual é o nome dos senhores", perguntou um segurança do Supremo ao deputado Zucco, que passou a identificar um por um da bancada do PL. Entre eles estavam os deputados Zé Trovão,

Maurício do Vôlei, Evair de Melo, Paulo Bilynskyj, Delegados Caveira, coronel Meira, Gustavo Gayer e Osmar Terra, Sanderson, Carlos Jordy, capitão Alden e Sargento Fahur.

Da recepção do Supremo, foi possível ouvir gritos de indignação e um bate-boca acalorado. Os parlamentares foram avisados que a sala estava cheia, a sessão já havia sido iniciada e era preciso enviar os nomes com antecedência — o que não foi feito.

Os deputados decidiram ir à sessão depois de tomarem conhecimento que Bolsonaro marcaria presença. Até ontem, havia a expectativa de que o mandatário poderia assistir ao julgamento na sua casa, na sede do PL ou na residência de Zucco.

"É uma pouca vergonha. Não deixaram a gente entrar. Não permitiram que deputados acessassem a sala de julgamento”, disse o deputado Ubiratan Sanderson (PL-RS), que saiu do STF se queixando do tratamento recebido." Nós, como deputados federais e fiscais de todos os servidores públicos federais, tínhamos de ser recebidos com todo o espírito de democracia.

O deputado Carlos Jordy fez coro às reclamações:

"Estava lotado. É um lugar muito restrito, deveria estar sendo julgado pelo plenário, veio comitiva para fazer um teatro, mas nós não conseguimos entrar", disse Jordy.

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