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Advogado de Eike diz que estratégia de defesa não está definida

Empresário chegou por volta das 11h20 ao Presídio Ary Franco, em Água Santa, na zona norte do Rio de Janeiro

Eike Batista foi preso por agentes da Polícia Federal logo após desembarcar no Aeroporto Internacional Tom Jobim/Galeão de um voo vindo de Nova York (Ueslei Marcelino/Reuters)

Eike Batista foi preso por agentes da Polícia Federal logo após desembarcar no Aeroporto Internacional Tom Jobim/Galeão de um voo vindo de Nova York (Ueslei Marcelino/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 30 de janeiro de 2017 às 12h51.

O advogado do empresário Eike Batista, Fernando Martins, disse, após a prisão do cliente, disse que a defesa ainda não conversou com Eike e que a estratégia de defesa ainda não foi definida.

"A gente não conseguiu traçar a linha de defesa. Vamos aguardar conversar com o cliente e aí a gente posiciona melhor a linha de defesa. Estamos tomando as medidas jurídicas cabíveis no sentido de preservar sua integridade física. Este é nosso primeiro objetivo", afirmou.

Segundo Martins, o empresário ainda não se posicionou sobre um possível acordo de delação premiada. "Ontem, ele deu entrevista de que passaria a limpo. Eu entendi daquela entrevista que é prestar os esclarecimentos necessários. Nós vamos agora definir a linha de defesa em conjunto".

O empresário Eike Batista chegou por volta das 11h20 ao Presídio Ary Franco, em Água Santa, na zona norte do Rio de Janeiro.

Ele foi preso por agentes da Polícia Federal logo após desembarcar no Aeroporto Internacional Tom Jobim/Galeão de um voo vindo de Nova York.

O avião que trouxe o empresário Eike Batista para o Rio de Janeiro pousou às 9h54 no Aeroporto Internacional Tom Jobim/Galeão. Em seguida, Eike foi levado para o Instituto Médico-Legal (IML) onde fez exame de corpo de delito. O empresário embarcou no domingo (29), no Aeroporto John F. Kennedy, em Nova York, em um voo da American Airlines.

Lava Jato

Eike, proprietário do grupo EBX, é suspeito de lavagem de dinheiro em um esquema de corrupção que também atinge o ex-governador do Rio Sérgio Cabral, que está preso.

Eike e o executivo Flávio Godinho, seu braço direito no grupo EBX e vice-presidente do Flamengo, são acusados de terem pago US$ 16,5 milhões a Cabral em troca de benefícios em obras e negócios do grupo, usando uma conta fora do país. Os três também são suspeitos de terem obstruído as investigações.

Na quinta-feira (26), a Polícia Federal tentou deter o empresário em sua casa, no Rio de Janeiro, mas ele não estava lá. Os advogados informaram que Eike havia viajado a trabalho para Nova York e que voltaria ao Brasil para se entregar. A Polícia Federal o considerou foragido e pediu a inclusão de seu nome na lista de procurados da Interpol, a polícia internacional.

Eike, 60 anos, foi considerado o homem mais rico do Brasil e, em 2012, o sétimo mais rico do mundo pela revista Forbes, com uma fortuna estimada em US$ 30 bilhões.

As empresas do grupo EBX atuam na área de mineração, petróleo, gás, logística, energia e indústria naval. Em 2013, entretanto, os negócios entraram em crise e Eike começou a deixar o controle de suas companhias e vender seu patrimônio.

O nome de Eike Batista apareceu na semana passada no âmbito da Operação Eficiência, um desdobramento da Operação Calicute, que foi a primeira fase da Lava Jato no Rio de Janeiro, sobre propinas pagas por grandes empreiteiras a partidos e políticos para obter contratos da Petrobras.

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