Brasil

Advogada diz que Prevent Senior recebe pacientes em unidade sem alvará

Pacientes de cuidados paliativos são encaminhados a leitos improvisados em prédio comercial em São Paulo, segundo relatos de médicos a Bruna Morato

Advogada Bruna Morato, representante de médicos que denunciaram a Prevent Senior, na CPI da Covid  (Roque de Sá/Agência Senado)

Advogada Bruna Morato, representante de médicos que denunciaram a Prevent Senior, na CPI da Covid (Roque de Sá/Agência Senado)

AA

Alessandra Azevedo

Publicado em 28 de setembro de 2021 às 17h08.

Última atualização em 28 de setembro de 2021 às 17h22.

A advogada Bruna Morato, representante dos médicos que trabalharam na Prevent Senior e denunciaram a operadora de plano de saúde por medidas adotadas durante a pandemia de covid-19, fez uma nova denúncia à CPI da Covid nesta terça-feira, 28. Segundo ela, médicos relatam que a empresa tem recebido pessoas para cuidados paliativos em um prédio comercial sem alvará e sem condições de manter pacientes.

  • Entenda como as decisões do Planalto, da Câmara e do Senado afetam seus investimentos. Assine a EXAME

"Os médicos relatam que existe uma unidade, que fica localizada na Vila Olímpia. É um prédio comercial convertido em unidade hospitalar sem o devido alvará, para onde estão sendo encaminhados os pacientes de paliativo", disse a advogada, durante depoimento à CPI.

Os elevadores do prédio comercial não têm condições de comportar macas, segundo os médicos que passaram a informação para Morato. "Esses pacientes chegam nessa unidade e são colocados no elevador, muitas vezes sentados, e são encaminhados a leitos improvisados", contou.

Mais cedo, a advogada disse que a Prevent Senior prescrevia medicamentos sem eficácia para covid-19 como parte de um acordo feito com o governo federal para validar a tese de que a doença era tratável e que a economia não precisava parar.

Ao propagar a ideia falsa de que havia remédio para a covid-19, o objetivo era dar “esperança” para que as pessoas saíssem de casa, disse Morato. “A economia não podia parar, e o que eles tinham que fazer era conceder esperança para que as pessoas fossem à rua. E a esperança tinha um nome: hidroxicloroquina", afirmou a advogada.

    Segundo Morato, os médicos foram avisados que haveria "uma colaboração com relação à instituição Prevent Senior na produção de informações que convergissem com essa teoria, ou seja, de que é possível você ter ou você utilizar um determinado tratamento como proteção".

    O dossiê mostra que a Prevent Senior teria indicado sistematicamente o uso de medicamentos sem eficácia para a covid-19, como hidroxicloroquina e azitromicina, e ocultado mortes de pacientes em um estudo para testar os remédios. O plano de saúde nega as acusações.

    Acompanhe tudo sobre:CoronavírusCPI da CovidPandemiaSenado

    Mais de Brasil

    Como emitir nova Carteira de Identidade no RN: passo a passo para agendar online

    Eleições municipais: candidatos não podem ser presos a partir deste sábado

    Prazo do X para indicar representante legal ao STF termina esta noite