Beagle: intenção era resgatá-los, mas a PM bloqueou o acesso ao prédio (Reprodução/Facebook)
Da Redação
Publicado em 27 de abril de 2016 às 18h59.
Sorocaba - Foi condenado a seis anos e oito meses de prisão o pintor Gabriel Aparecido Pirone dos Santos, de 30 anos, acusado de por fogo em duas viaturas da Polícia Militar durante ato em defesa de cães da raça beagle, em outubro de 2013, em São Roque, interior paulista.
Ele terá ainda de pagar multa de R$ 56,7 mil ao Estado pela perda das viaturas. A sentença, dada na terça-feira, 26, é de primeira instância e o advogado de Santos vai entrar com recurso.
O pintor participava de um protesto em frente ao Instituto Royal, onde os cães que seriam usados em testes para a produção de cosméticos tinham sido resgatados, na noite anterior, por grupos de ativistas que invadiram o local. A manifestação havia sido convocada porque ainda haviam animais no interior do instituto.
A intenção era resgatá-los, mas a PM bloqueou o acesso ao prédio. Um grupo de adeptos da tática black bloc forçou o cordão policial, dando início a um confronto.
Imagens de cinegrafistas que cobriam o protesto mostram o rapaz ateando fogo a duas viaturas e ao veículo de uma emissora de TV afiliada da Rede Globo.
Identificado após ser preso em Salto, um mês depois, suspeito de tráfico de drogas, ele confessou ter posto fogo nos veículos. Ao ser ouvido na Justiça, porém, negou os crimes. O juiz Flavio Roberto de Carvalho considerou não haver dúvida da autoria, já que as imagens o mostram ateando fogo à própria blusa ao lado da viatura. Para o juiz, ele premeditou a ação, pois foi ao protesto munido de um isqueiro. A prisão será cumprida em regime fechado.
Santos é o único já punido pela Justiça em decorrência das invasões e protestos ocorridos no caso dos beagles do Instituto Royal. Na ocasião, por duas vezes, ativistas invadiram e depredaram as instalações, retirando 178 cães, além de coelhos e camundongos. Eles acusavam o instituto de maus tratos aos animais. Os inquéritos, abertos para apurar a invasão e depredação do prédio, o furto dos animais e a denúncia de maus tratos, ainda não foram concluídos. Em decorrência das ações, o Instituto Royal fechou as portas.