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Acusada de integrar Black Bloc pode pedir asilo

Segundo pai, universitária, que está na Bolívia, só voltará caso tenha a garantia de que não será presa


	Manifestante do Black Bloc picha muro com o símbolo anarquista: grupo é acudado de incitar e cometer atos de vandalismo
 (Marcelo Camargo/ABr)

Manifestante do Black Bloc picha muro com o símbolo anarquista: grupo é acudado de incitar e cometer atos de vandalismo (Marcelo Camargo/ABr)

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Da Redação

Publicado em 10 de setembro de 2013 às 20h29.

Rio - Acusada pela Polícia Civil do Rio de envolvimento com o grupo Black Bloc, suspeito de incitar e cometer atos de vandalismo em manifestações, a universitária Maíra Cupolillo Alvarês, 22 anos, só voltará ao Brasil caso tenha a garantia de que não será presa, disse nesta terça-feira, 10, seu pai, o auditor da Receita Federal Ésio Alvarês. A jovem, estudante de Produção Cultural na Universidade Federal Fluminense, viajou em 27 de agosto de férias para a Bolívia, e retornaria ao Brasil no próximo dia 17.

"Antes de decidir se minha filha volta ou não ao País, preciso ter acesso às acusações contra ela. A polícia não diz nada, alegando que a investigação é sigilosa. Maíra nega que tenha a senha para administrar a página do Black Bloc. Ela apenas postava comentários, a maioria de cunho feminista e sobre corrupção. Temo que ela seja presa ao depor, como ocorreu com os outros acusados. Se ficar comprovado que Maíra está sendo perseguida por suas posições políticas, como criticar esse Estado corrupto, vamos pedir refúgio em outro país", afirmou Ésio Alvarês.

Segundo ele, a jovem já deixou a Bolívia e está em outro local da América do Sul. Ela estaria confinada num hotel, à base de calmantes.

Na semana passada, a Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) cumpriu mandados de busca e apreensão nas casas de Maíra e seu pai, em Niterói, no inquérito que apura quem administra o perfil "Black Bloc RJ" no Facebook. Foram apreendidos computadores e pen drives. Alvarês diz que os policiais estiveram em sua casa porque Maíra, que costuma visitá-lo nos fins de semana, utilizou a internet em sua casa algumas vezes este ano.

No total, os agentes estiveram na residência de seis suspeitos. Detidos em casa, três jovens acabaram presos em flagrante pelos crimes de formação de quadrilha armada e incitação à violência, após terem sido conduzidos à delegacia para prestar depoimento: Daniel Guimarães Ferreira, Henrique Palavra Vianna e Jahn Gonçalves Traxler.

Outros dois menores também foram detidos no dia da operação acusados de atualizar o perfil "Black Bloc RJ" no Facebook, mas foram liberados após seus responsáveis se comprometerem a apresentá-los em juízo. Um deles é irmão de Daniel Ferreira, que também foi indiciado por corrupção de menores. Já Traxler também foi autuado por armazenar imagens de sexo explícito envolvendo menores, pois em seu computador foram encontradas fotos de crianças praticando sexo.

Na última sexta, 6, a juíza Simone Ferraz, da 27ª Vara Criminal, converteu em preventiva a prisão em flagrante do trio. O processo tramita em segredo de Justiça, mas o Grupo Estado teve acesso à decisão. "Chama a atenção desta magistrada à certeza de que a apreensão de armas brancas retráteis, máscaras contra gás lacrimogêneo, e artefatos cortantes, revestidos por pregos, conhecidos como `jacaré', capazes de causar não somente danos em bens materiais, como pneus de ônibus e viaturas policiais, bem como com potencialidade lesiva suficiente para dar causa a lesões corporais graves ou mesmo gravíssimas, dependendo do seu emprego (...). A apreensão de artefatos tais demonstra, no contexto dos autos, a preparação para os atos de graves contornos sociais os quais são nesta medida preparatória, investigados", diz trecho da decisão.

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