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Acredito que caminhoneiros não vão fazer paralisação, diz Bolsonaro

O ministro de Infraestrutura deve se reunir com representantes de caminhoneiros para tratar da nova tabela de fretes aprovada nesta semana

Caminhoneiros: motoristas são contrários a nova tabela de frete que entrará em vigor em 2020 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Caminhoneiros: motoristas são contrários a nova tabela de frete que entrará em vigor em 2020 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Isabela Rovaroto

Isabela Rovaroto

Publicado em 19 de julho de 2019 às 14h21.

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta sexta-feira, 19, não acreditar em uma paralisação dos caminhoneiros neste momento. Ele disse que está pronto para continuar conversando com a categoria. Uma nova resolução sobre a política de pisos mínimos do frete rodoviário, publicada nesta quinta-feira (18) pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), foi criticada por alguns representantes dos caminhoneiros, que ameaçam com nova paralisação.

"É um direito de todo mundo fazer greve no Brasil, logicamente algumas classes como a minha, das Forças Armadas, não têm direito. Os caminhoneiros são classe importantíssima para o Brasil. (...) Acredito que caminhoneiros não façam paralisação porque isso atrapalha muito a economia. Reconhecemos a dificuldade na carreira e estamos prontos para continuar conversando mas estamos em um país livre e democrático onde impera o livre mercado. Lei da oferta e da procura", disse.

Bolsonaro afirmou ainda que cabe ao Congresso Nacional "fazer a sua parte" ao cobrar que os parlamentares aprovem o projeto de lei enviado por ele que aumenta de cinco para dez anos a validade da carteira de motorista e amplia a pontuação por infrações de 20 para 40 pontos. "Estamos fazendo o possível para atender os caminhoneiros, com o que já foi anunciado pelo ministro Tarcísio Gomes, ministro da Infraestrutura. Eu mesmo já fiz alguma coisa, falta o Parlamento fazer sua parte", disse.

Para o presidente, os governos do PT erraram ao conceder crédito em excesso para a compra de caminhões, o que levou a uma redução do preço do frete. "Tivemos um problema lá atrás com o PT. O BNDES ofereceu crédito em excesso para a compra de caminhões, cresceu a frota de caminhões assustadoramente e o transportado permaneceu igual. Lei da oferta e da procura. Caiu o preço do frete", disse.

A resolução, que estabelece regras gerais, metodologia e coeficientes dos pisos mínimos referentes ao quilômetro rodado na realização do serviço de transporte rodoviário de cargas, foi aprovada após estudo técnico realizado pela Esalq-Log e processo de consulta pública e entra em vigor no dia 20 de julho.

Segundo a ANTT, a elaboração da resolução teve participação de transportadores autônomos, empresas e cooperativas de transporte contratantes de frete, embarcadores e diversos outros agentes da sociedade e foram recebidas aproximadamente 350 manifestações que englobaram cerca de 500 contribuições específicas, analisadas individualmente pela agência.

Reunião

O ministro de Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, deve se reunir com representantes de caminhoneiros e outras entidades afetadas pela nova tabela de fretes aprovada nesta semana pela Agência Nacional de Transportes Terrestres, em meio a críticas de que a nova metodologia reduz os valores a serem pagos aos motoristas.

Uma data, porém, ainda não foi definida, informou o ministério por meio de sua assessoria, uma vez que o ministro está fora de Brasília nesta sexta-feira, em uma inauguração de obras em Minas Gerais.

A nova tabela de fretes, aprovada após quatro rodadas de audiências públicas realizadas neste ano, foi elaborada pela Esalq-Log, da USP, e a próxima revisão oficial está prevista apenas para o início de 2020.

"A CNTA já recebeu reclamações das bases afirmando que os valores estão muito aquém da realidade do mercado", afirmou em comunicado a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos, que afirma representar mais de 140 sindicatos e nove federações de motoristas do país, que envolvem um universo de 900 mil caminhoneiros autônomos.

"A CNTA está avaliando tecnicamente a resolução (da tabela) com o objetivo de averiguar se os valores constantes na planilha estão adequados com o custo real da operação de fretes", informou a entidade, que pediu ao Ministério de Infraestrutura "os números que fundamentam os parâmetros de cálculo".

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