Vacina da Pfizer contra covid-19 (Jakub Porzycki/NurPhoto/Getty Images)
Gilson Garrett Jr
Publicado em 8 de dezembro de 2020 às 16h04.
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse nesta terça-feira, 8, que o governo federal vai comprar 70 milhões de doses da vacina contra a covid-19 da Pfizer, desenvolvida com a BioNtech, depois de indicar que o imunizante não estaria nos planos do governo federal.
A afirmação foi feita por Pazuello durante reunião virtual com governadores. O primeiro lote, de 8,5 milhões de doses, chega no primeiro semestre de 2021. Ele não revelou valores e disse que a compra da vacina ainda depende do registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Com estas primeiras doses será possível vacinar cerca de 4 milhões de pessoas, uma vez que são necessária duas aplicações em um intervalo de 21 dias.
Apesar do prazo maior para a vacinada da Pfizer chegar ao país, o governo federal prevê iniciar a imunização contra a covid-19 no fim de fevereiro. Isso porque o Sistema Único de Saúde (SUS) tem acordos para receber 300 milhões de doses em 2021, sendo 260 milhões de Oxford/AstraZeneca e mais cerca de 40 milhões obtidas por meio do consórcio Covax Facility.
Em esboço de plano nacional de imunização, divulgado na última semana, o Ministério da Saúde previa começar a vacinar a população em março. Idosos com 75 anos ou mais, profissionais de saúde e indígenas serão os primeiros a receber as doses, estima a pasta.
As vacinas devem ser aplicadas em duas doses. A conta de 300 milhões de doses ignora possíveis compras da vacina da Pfizer ou da Coronavac, que está sendo desenvolvida pelo Instituto Butantan e a farmacêutica chinesa Sinovac.
Pazuello disse na reunião, porém, que foi feito um memorando de entendimento não vinculante com o Butantan e com a Pfizer.
O Reino Unido é o primeiro país ocidental a vacinar a população contra o coronavírus. E vai usar justamente a vacina da Pfizer, aprovada de forma emergencial. A imunização começou nesta terça-feira, 8, com os idoso acima de 75 anos. Estudos finais da fase de testes, publicados em novembro, mostraram que a vacina é 95% eficaz.
Na segunda-feira, 7, o governo de São Paulo anunciou que prevê iniciar a vacinação contra a covid-19 no dia 25 de janeiro de 2021. A aplicação será de forma estadual, a começar pelos idosos e profissionais de saúde.
A vacina escolhida pelo governo paulista é a da chinesa Sinovac, que desenvolve o imunizante com o Instituto Butantan. Ainda é necessário a aprovação da última fase de testes e do registro por parte da Anvisa.
No cronograma do governo de São Paulo, esta primeira fase vai durar nove semanas, até o dia 28 de março. Serão vacinados 1,5 milhão de profissionais da saúde, e depois 7,5 milhões de pessoas acima de 60 anos. Após os trabalhadores da saúde, o calendário vai começar pelos idosos com 75 anos ou mais. A vacina será em duas doses, com um intervalo de 21 dias entre elas.
(Com Estadão Conteúdo)