CALAMIDADE: Governadores discutem saídas para a crise financeira na residência do governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg / Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Da Redação
Publicado em 23 de novembro de 2016 às 05h57.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h16.
Acordo com estados
O governo fechou ontem com os estados um acordo de ajuste fscal para tentar solucionar a crise nas finanças regionais. As conversas se alongaram durante toda a terça-feira, quando enfim os governadores concordaram em adotar medidas duras para conter despesas, além de se comprometerem em apoiar a PEC tdo teto e a reforma da previdência. Em contrapartida, o governo vai partilhar com os estados a multa arrecadada com o programa de repatriação, o que deve injetar 5 bilhões de reais no caixa dos estados.
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Calamidade no Rio Grande do Sul
O governo do Rio Grande do Sul declarou, nesta terça-feira, estado de calamidade financeira devido à dificuldade em pagar o salário dos servidores e as dívidas. De acordo com o governador do estado, José Ivo Sartori (PMDB), cortes de gastos já foram adotados, mas mostraram-se insuficientes. O decreto publicado no Diário Oficial aponta com uma das causas a queda de 7% no PIB nos últimos dois anos. Com o estado de calamidade declarado, o governo poderá parcelar ou atrasar as dívidas, receber ajuda da União, suspender os gastos menos urgentes e comprar sem licitação em caso de emergência.
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Votação adiada
A comissão especial que analisa um conjunto de medidas de combate à corrupção — projeto proposto inicialmente pelo Ministério Público Federal — adiou a decisão para as 14h de hoje. O relator Onyx Lorenzoni (DEM) pediu mais tempo para concluir o texto, que tem sofrido alterações criticadas pelos parlamentares. Na semana passada, deputados se negaram a confirmar presença na sessão por ter sido retirado do pacote o item que previa a aplicação de crime de responsabilidade a juízes. Se o texto passar pela comissão, a pauta seguirá para votação na Câmara.
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A cúpula do petróleo
Representantes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), reunidos em Viena, discutiram um plano que poderá diminuir a produção em 4,5% nos países-membros. Segundo fontes próximas às negociações, alguns países ainda estão relutantes a apoiar o plano. A divulgação da notícia, durante esta tarde, teve efeito direto no pregão, principalmente nas ações da Petrobras, que disparavam e tiveram uma redução na alta, encerrando o pregão com elevação de 2,25%.
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Atacarejo forte
De acordo com uma pesquisa da consultoria Nielsen, no acumulado dos nove primeiros meses do ano, as vendas nas lojas de atacarejo ultrapassaram pela primeira vez o segmento de supermercado. A participação do setor de atacarejo nas residências passou de 40,9% para 46,4% entre setembro de 2015 e setembro deste ano. Os supermercados caíram de 43,6% para 40,5% na mesma comparação. Segundo a pesquisa, o atacarejo foi o segmento que mais fidelizou o freguês durante a crise, principalmente porque seus preços são cerca de 10% menores.
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BNDES menor
O BNDES realizou desembolsos de 69 bilhões de reais entre janeiro e outubro, um valor 35% menor do que o registrado no mesmo período do ano passado. Em 2015, foram 135,9 bilhões de reais nos dez primeiros meses do ano e em 2014 foram 187,8 bilhões. Apesar da diminuição geral, alguns setores tiveram aumento em 2016. O setor de transportes para exportação, que inclui aeronaves, teve aumento de 138% na demanda de desembolso. Os empréstimos para programas agrícolas do governo subiram 11%, para 12 bilhões de reais.
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Caso Clinton: deixa pra lá
O presidente americano eleito, Donald Trump, disse que não vai se esforçar para que uma investigação criminal seja aberta contra a democrata Hillary Clinton pelo uso de seu servidor pessoal de e-mails quando ela era secretária de Estado. “Não é algo que me sinto muito instigado a fazer”, disse. Em reunião com repórteres do jornal The New York Times, ele ainda afirmou que o caso já foi investigado “por muito tempo” e que não quer “machucar os Clinton”. Em um dos debates durante a campanha, Trump chegou a dizer que, se vencesse, instituiria um “promotor especial” para o caso de Hillary.
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Mente aberta
Ainda na sabatina do The New York Times, Trump afirmou que vai manter a “mente aberta” sobre a implementação do Acordo de Paris. Durante a campanha, o republicano disse que retiraria os Estados Unidos do tratado. Assinado no ano passado, durante a Conferência do Clima da ONU (a COP-21), o texto entrou em vigor neste mês e estabelece metas para diminuir a emissão de poluentes. Dos 196 signatários, mais de 60 já ratificaram o texto, incluindo a China e os próprios Estados Unidos.
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Sem combate a Assad
Sobre a Síria, em guerra civil desde 2011, o presidente eleito diz ter “uma visão diferente da de todo mundo”. Para Trump, os Estados Unidos devem trabalhar com a Rússia para combater o Estado Islâmico, e não para derrubar o presidente sírio, Bashar al-Assad. Trump ainda disse que “adoraria ser aquele a trazer a paz entre Israel e os palestinos” e aproveitou para elogiar seu genro, Jared Kushner, dizendo que ele seria a pessoa ideal para ajudar no processo — Kushner, marido de Ivanka Trump, é cotado para o cargo de secretário de Estado.