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Acho que conseguimos uma coesão, diz Lula sobre Dilma

Ex-presidente disse que é possível afirmar que conseguiu manter com Dilma uma coesão nos últimos quatro anos

Ex-presidente Lula e a presidente Dilma em ato do PT em Belo Horizonte, Minas Gerais (Ricardo Stuckert/Instituto Lula)

Ex-presidente Lula e a presidente Dilma em ato do PT em Belo Horizonte, Minas Gerais (Ricardo Stuckert/Instituto Lula)

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Da Redação

Publicado em 5 de junho de 2014 às 21h48.

Porto Alegre - O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira, 5, que, ao se aproximar o fim do mandato da presidente Dilma Rousseff, é possível afirmar que os dois conseguiram manter uma coesão nos últimos quatro anos.

"Eu e Dilma ficamos juntos sem que houvesse divergências, por mais que tenham tentado (que houvesse)", afirmou durante palestra na capital gaúcha.

Segundo Lula, um ex-presidente tem que se comportar melhor do que um vaso chinês, e não pode ser tão grande a ponto de incomodar aquele que o sucede.

"Eu tomei uma decisão de que um ex-presidente, se não puder contribuir, também não deve atrapalhar quem não está governando", explicou, acrescentando que, na condição de ex-presidente, só se deve dar conselhos "quando solicitado".

Durante o seu discurso na capital gaúcha, que durou uma hora e meia, Lula exaltou as conquistas sociais do PT no governo federal e criticou aqueles que não reconhecem os avanços do Brasil nos últimos anos.

"Quando ouço que alguém fala que não está vindo investimento para o Brasil, que está faltando confiança para o mercado, penso com que base alguém fala uma canalhice dessas", disse.

Segundo ele, no ano passado o Brasil recebeu US$ 64 bilhões em investimento estrangeiro direto, atrás apenas de países como China, Rússia e Estados Unidos.

De acordo com Lula, o problema é que o Brasil cresceu e virou um "ator global", o que incomoda a "concorrência". "Precisamos viajar para falar bem do Brasil, já disse isso para (a presidente) Dilma e para o (ministro da Fazenda) Guido Mantega."

Lula também afirmou que a crise internacional afetou o Brasil e diminuiu os fluxos comerciais, entre outros motivos, porque o País ainda sofre de um complexo de inferioridade.

"O Brasil não sabe agir como país grande. Não nos comportamos como país doador, não sim como país receptor", disse. [

'País vibrou com a Copa'

Lula voltou a defender a realização da Copa do Mundo no Brasil e negou que haja corrupção na realização das obras, em evento na capital gaúcha.

"Você pode perguntar para o ministro Valmir Campelo, do Tribunal de Contas da União, para saber se há corrupção nas obras", disse. "Pode perguntar para o Jorge Hage também, ministro da Controladoria Geral da União."

Lula também disse que as pessoas que hoje estão contra a Copa do Mundo e a Olimpíada são as mesmas que vibraram quando o País conquistou o direito de sediar o Mundial.

"Dizem que se não houver metrô dentro do estádio não será legal. Tudo é comparado com a Copa da Alemanha", falou.

Ele afirmou que o Brasil fará uma Copa extraordinária, com os "melhores" estádios, e ponderou que as pessoas se equivocam ao perguntar constantemente quanto o evento vai render para o País e deixam de valorizar outras questões.

"A Copa do Mundo não é só quanto vai render, é um encontro de civilizações. É hora de mostrar quem a gente é", revelou.

Lula disse ainda que o País tem problemas na área de saúde e educação que não serão resolvidos mesmo se não houver o torneio.

"Eu pelo menos vou ver o jogo, sentado na minha casa, e vou torcer para o Brasil ganhar, ser campeão do mundo. Depois a gente volta a fazer passeata para o Brasil melhorar. Não vamos misturar."

O ex-presidente reconheceu que faltou construir uma narrativa que mostrasse à população o quanto a Copa e a Olimpíada são importantes para o País. "Os governadores e prefeitos não fizeram isso", mencionou.

"Deixe as pessoas falarem. O que nós temos que garantir é o direito de protestar, mas que quem quiser ver o jogo também veja", revelou. "Vamos ensinar os gringos a beber chimarrão. É para isso que serve (o evento). É a primeira vez que podemos mostrar o Brasil na sua plenitude."

Em outro momento do discurso, durante palestra em Porto Alegre, ele disse que não teme que o País tenha um retrocesso, após as eleições.

"Teremos eleição, os candidatos podem prometer o que quiser, mas a gente sabe que esse País não pode voltar atrás", afirmou.

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