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Bolsonaro diz que não vai parabenizar Fernández após vitória na Argentina

Para o presidente brasileiro, eleitores argentinos "escolheram mal", mas por enquanto, o Brasil "não vai se indispor" com o país vizinho

Jair Bolsonaro: presidente afirmou que argentino já mostrou "ao que veio" (Clauber Cleber Caetano/PR/Flickr)

Jair Bolsonaro: presidente afirmou que argentino já mostrou "ao que veio" (Clauber Cleber Caetano/PR/Flickr)

Tamires Vitorio

Tamires Vitorio

Publicado em 28 de outubro de 2019 às 08h01.

Última atualização em 28 de outubro de 2019 às 10h37.

São Paulo — Após a vitória eleitoral na Argentina de Alberto Fernández, o presidente Jair Bolsonaro afirmou na noite deste domingo (28) que os argentinos "escolheram mal" e que não irá parabenizar o novo presidente, que tem Cristina Kirchner como vice-presidente.

"Lamento. Eu não tenho bola de cristal, mas eu acho que a Argentina escolheu mal", afirmou ele a jornalistas na saída do hotel Emirates Palace, em Abu Dhabi.

Apesar de dizer que não pretende parabenizar o argentino, Bolsonaro afirmou que, por enquanto, "não vai se indispor" com o país vizinho.

A ligação após vitória é praxe entre vizinhos e países com relações diplomáticas relevantes, como a Argentina que é o terceiro maior parceiro comercial do Brasil.

"Vamos esperar o tempo para ver qual a posição real dele na política. Porque ele vai assumir, vai ver o que tá acontecendo e vamos ver qual linha ele vai adotar", garantiu.

Bolsonaro criticou, ainda, a posição de Fernández em relação ao ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e define que "ele já disse a que veio". Durante seu discurso vitorioso, Fernández voltou a defender a bandeira de "Lula Livre".

Para Bolsonaro, fala é uma "afronta à democracia brasileira e ao sistema judiciário brasileiro": "Uma pessoa condenada em duas instâncias. Outras condenações a caminho. Ele está afrontando o Brasil de graça no meu entender. Nós estamos aguardando seus passos para, talvez no futuro, tomar alguma decisão em defesa do Brasil. Decisões em defesa do Brasil", disse.

Sobre as relações bilaterais e Mercosul, o chefe brasileiro afirmou que "por enquanto, está tudo bem". "Vamos esperar o banho de realidade que ele vai ter. A Argentina não vai bem, mas já ouvi falar que muita gente vai tirar os recursos de lá, tirar dinheiro, algumas empresas, e isso parece que já está acontecendo", explicou.

Já sobre o acordo UE-Mercosul, o brasileiro adota uma posição cautelosa. "Se interferir, segundo o Paulo Guedes, nós não sairemos do Mercosul, mas podemos nos juntar ao Paraguai, não sei o que vai acontecer no Uruguai, e decidirmos se a Argentina fere alguma clausula do acordo ou não. Se ferir, podemos afastar a Argentina. Mas espero que nada disso seja necessário. Espero que a Argentina, na questão comercial, não queira mudar o seu rumo."

Crise no PSL

Bolsonaro voltou a falar que busca alternativas para sair do PSL, que está mergulhado em disputas internas. Quando perguntado sobre um possível divórcio, o presidente disse: "vamos ver".

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