Brasil

Ação popular quer barrar comemoração do 31 de março de Bolsonaro

Na ação, advogado afirma que a orientação do governo "não é o interesse público e sim o jogo da classe dominante"

Jair Bolsonaro: segundo porta-voz, presidente não considera a data um golpe militar (Ricardo Moraes/Reuters)

Jair Bolsonaro: segundo porta-voz, presidente não considera a data um golpe militar (Ricardo Moraes/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 26 de março de 2019 às 12h51.

Última atualização em 26 de março de 2019 às 14h48.

São Paulo — O advogado Carlos Alexandre Klomfahs requereu à Justiça, em ação popular, que a Presidência da República se abstenha de comemorar o dia 31 de março de 1964.

Conforme revelou o jornal O Estado de S. Paulo no domingo (24), o presidente Jair Bolsonaro orientou os quartéis a celebrarem a "data histórica", quando um golpe militar derrubou o governo João Goulart e iniciou um regime ditatorial que durou 21 anos.

Na ação, o advogado afirma que a orientação de Bolsonaro "não é o interesse público e sim o jogo da classe dominante".

"Muda-se o governo prossegue o drama. Há reiterado problema incontornável quanto à violação à moralidade administrativa", afirmou Carlos Klomfahs.

"Pede-se liminarmente que a Presidência da República se abstenha de determinar os efeitos do ato impugnado (comemorar o dia 31 de março no âmbito das Forças Armadas) por violar o princípio constitucional da moralidade e no mérito a procedência dos pedidos da inicial para confirmar a liminar concedida determinando que se abstenha o Poder Executivo de comemorar o 31 de março sob pena de multa diária de R$ 50 mil a ser revertida ao fundo de direitos difusos."

O porta-voz da Presidência da República, general Otávio Santana do Rêgo Barros, informou nesta segunda-feira, 25, que a inclusão da data na ordem do dia das Forças Armadas, para comemoração dos 55 anos do golpe de 1964, já foi aprovada por Bolsonaro. A participação do presidente nesses eventos, porém, ainda não está confirmada.

"O presidente não considera 31 de março de 1964 um golpe militar", disse o porta-voz. Segundo Rêgo Barros, na avaliação de Bolsonaro, sociedade civil e militares, "percebendo o perigo" que o País vivenciava naquele momento, se uniram para "recuperar e recolocar o nosso País no rumo".

"Salvo melhor juízo, se isso não tivesse ocorrido, hoje nós estaríamos tendo algum tipo de governo aqui que não seria bom para ninguém", disse o porta-voz.

Questionado sobre como serão as comemorações, Rêgo Barros disse que ficará a cargo de cada comando. "Aquilo que os comandantes acharem, dentro das suas respectivas guarnições e dentro do contexto, que devam ser feitas", disse. Não há previsão de que haja qualquer evento no Palácio do Planalto.

Leia a ação popular na íntegra

[scribd id=403231159 key=key-LjgaReIjYfwWPSwznYXa mode=scroll]

Acompanhe tudo sobre:Golpe de 1964Governo BolsonaroJair BolsonaroMilitares

Mais de Brasil

Acidente com ônibus escolar deixa 17 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP