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Ação policial em Paraisópolis deixa dois mortos e gera protestos na comunidade

Policiamento segue reforçado na Zona Sul de São Paulo após operação que resultou em mortes; DHPP investiga os casos

Incêndios foram registrados em Paraisópolis após abordagem policial que resultou em mortes na comunidade  (Reprodução/ Redes socias)

Incêndios foram registrados em Paraisópolis após abordagem policial que resultou em mortes na comunidade (Reprodução/ Redes socias)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 11 de julho de 2025 às 10h44.

Uma operação da Polícia Militar em Paraisópolis, na Zona Sul de São Paulo, resultou em duas mortes na noite de quinta-feira, 10. O primeiro óbito ocorreu no final da tarde, após uma abordagem a suspeitos de tráfico de drogas na comunidade.

Em reação, moradores iniciaram protestos, bloqueando ruas com barricadas e atacando motoristas. Durante o tumulto, por volta das 20h, um segundo homem foi baleado e morto por policiais.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), os policiais foram recebidos a tiros por suspeitos ao chegarem ao local e, em resposta, efetuaram disparos.

O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) iniciou uma investigação sobre as duas mortes. Além disso, o Policiamento Militar instaurou um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar os acontecimentos e afirmou que está analisando as imagens captadas pelas câmeras corporais dos agentes.

Paraisópolis, a favela mais populosa de São Paulo e uma das maiores do Brasil, tem 58.527 habitantes, segundo o Censo de 2022 do IBGE.

Contexto da operação

A operação policial começou após uma denúncia de tráfico de drogas na comunidade. De acordo com a SSP, ao chegarem no ponto indicado, três suspeitos fugiram para uma residência, e, durante a abordagem, Igor Oliveira de Moraes Santos, de 24 anos, foi baleado e morto.

Outros dois homens foram presos. Santos tinha passagens pela polícia por tráfico de drogas, e armas, munições e entorpecentes foram apreendidos no local.

Mais tarde, em meio aos protestos, um policial militar foi baleado e socorrido ao Hospital Albert Einstein. Na confusão, Rafael Silva, de 29 anos, também foi atingido por um PM e morreu no local.

À medida que a violência se intensificava, moradores bloquearam avenidas importantes, como a Giovanni Gronchi, com pelo menos 20 focos de incêndio, registrados pelo Corpo de Bombeiros.

Além disso, outros pontos de barricadas foram registrados nas Ruas Doutor Flávio Américo Maurano e Praça Moacir Nicodemos.

Impacto na região

Na manhã de sexta-feira, 11, o clima na comunidade seguia tenso, com moradores apreensivos sobre novos confrontos.

O Metrô e a SPTrans confirmaram impactos no transporte público, com quatro linhas de ônibus que atendem a comunidade tendo seus itinerários modificados.

Linhas de ônibus que operam com alterações

  • 7040/10 (Paraisópolis – Pinheiros): Ponto inicial transferido temporariamente da Av. Hebe Camargo para a Praça Moacyr Nicodemos.
  • 5119/10 (Term. Capelinha – Lgo. São Francisco): Desvio no sentido centro - normal até a Avenida João Dias, desvia na Ponte João Dias, Avenida das Nações Unidas, Avenida Cidade Jardim, prosseguindo normal / Desvio no sentido bairro: Normal até a Avenida Cidade Jardim, desvia na Ponte Engenheiro Roberto Rossi Zuccolo, Avenida Magalhães de Castro, Avenida Major Sylvio de Magalhães Padilha, Avenida João Dias, prosseguindo normal.
  • 647A/10 (Valo Velho – Pinheiros) e 647P/10 (Cohab Adventista – Term. Pinheiros): Desvio no sentido centro: Normal pela Avenida João Dias, desvia na Ponte João Dias, Avenida das Nações Unidas, Ponte do Morumbi, Avenida Morumbi, prosseguindo normal / Desvio no sentido bairro: normal pela Avenida Morumbi, desvia na Ponte Morumbi, Avenida Major Sylvio de Magalhães Padilha, Avenida João Dias, prosseguindo normal.
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