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Ação e reação

A força-tarefa da Operação Lava-Jato partiu para o contra-ataque na tarde desta quarta-feira. Foi mais um passo no “toma lá, dá cá” entre Legislativo e Judiciário. A Câmara dos Deputados transfigurou as Dez Medidas Contra a Corrupção na noite da terça-feira 29, um projeto do Ministério Público que buscava endurecer punições e facilitar processos de […]

Deltan Dallagnol: procurador mostrou que a Operação identificou o pagamento de cerca de R$ 6,2 bilhões em propinas (Ueslei Marcelino/Reuters)

Deltan Dallagnol: procurador mostrou que a Operação identificou o pagamento de cerca de R$ 6,2 bilhões em propinas (Ueslei Marcelino/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de novembro de 2016 às 17h39.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h04.

A força-tarefa da Operação Lava-Jato partiu para o contra-ataque na tarde desta quarta-feira. Foi mais um passo no “toma lá, dá cá” entre Legislativo e Judiciário. A Câmara dos Deputados transfigurou as Dez Medidas Contra a Corrupção na noite da terça-feira 29, um projeto do Ministério Público que buscava endurecer punições e facilitar processos de investigação de crimes do colarinho-branco. Em entrevista na tarde desta quarta-feira, o coordenador Deltan Dallagnol e sua equipe ameaçaram abandonar os trabalhos caso o pacote seja aprovado no Legislativo.

Com inúmeros membros sob mira da Justiça, o Legislativo aprovou um pacote de emendas que, além de barrar o tal endurecimento de penas, incluiu uma polêmica emenda que prevê que juízes e membros do Ministério Público respondam por abuso de autoridade, com penas de até dois anos de prisão. A atitude foi chamada pelos procuradores da República de tentativa de “intimidação”, tirando-lhes a “proteção” pela lei.

Dallagnol disse que “há evidente conflito de interesses entre o que a sociedade quer e o que aqueles que se envolveram em atos de corrupção e têm influência dentro do Parlamento querem”. Ele chama a atitude dos parlamentares de instauração da “Ditadura da Corrupção”. Já o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima disse que “não é possível, em nenhum estado de direito, que não se protejam promotores e procuradores contra os próprios acusados”.

Prestes a surgir os primeiros fatos presentes na delação de 80 executivos do Grupo Odebrecht, o clima é de apreensão na classe política. “É um infeliz episódio, no qual se divorcia a vontade da sociedade do posicionamento da Câmara, que é irreconciliável nos próximos dois anos”, diz Onyx Lorenzoni (DEM-RS). “Cada um vai pagar a conta, na rua e na vida. A gente sempre paga pelas escolhas que faz.”

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