Brasília - Em meio a uma onda de protestos contra a Copa do Mundo no Brasil, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse hoje (30) que o maior evento esportivo do mundo deixará como legado a integração e a atuação conjunta das forças de segurança.
Durante cerimônia de inauguração do Centro Integrado de Comando e Controle e Regional do estado do Ceará em Brasília, Cardozo destacou que, pela primeira na história a Polícia Federal, o Exército, o Ministério Público e as polícias dos estados atuam conjuntamente.
“Se alguém tem alguma dúvida de que a Copa do Mundo deixará para os brasileiros algum resultado basta ver este centro de comando e controle. Na verdade, nunca tivemos integração entre as polícias, em que todos participam de um processo decisório e a Copa do Mundo está permitindo a condição para isso”, avaliou o ministro
Segundo ele, a Copa possibilitou que a segurança pública alcançasse outro estágio.
“É muito importante a gente entender o que um grande evento pode trazer para um país. Na área de segurança pública, garanto a vocês, que o esforço concentrado de todos os órgãos policiais para que tudo dê certo deixa um resultado, algo que Brasil começa a construir, pela primeira vez na sua história, que é a integração das forças policias.”
Sobre a participação das Forças Armadas no reforço da segurança nas cidades-sedes do mundial, após o episódio em que o ônibus da seleção brasileira foi cercado por manifestantes no Rio, o ministro negou que o planejamento tenha sido alterado.
“O plano de segurança é o mesmo. Ele está absolutamente intocado em todos os seus pilares. O que houve, foi um oferecimento do governo federal aos estados que quiserem aceitar a possibilidade de nós termos uma complementação de efetivo por meio das Forças Armadas, como a nossa lei permite. Agora, isso fica a critério de cada estado, que tem autonomia para deliberar sobre isso”, disse Cardozo.
Na última terça-feira (27), o ministro reconheceu que o episódio no Rio foi uma falha e que procurou representantes do governo do estado para aperfeiçoar a segurança das delegações.
Sobre as manifestações de índios, em Brasília, nos últimos dias, Cardozo criticou os “radicais” que, segundo ele, querem “apagar a fogueira jogando querosene”.
“O Ministério tem uma postura clara: queremos fazer mediação, ou seja, diálogo para resolver. Mas, infelizmente, há alguns radicais que não querem o diálogo. Seja por razões ideológicas, políticas ou eleitorais, alguns querem incendiar, apagar a fogueira jogando querosene e, por isso, dizem que não querem dialogar. Preferem ir para a Justiça, seja qual for a decisão que se tome, preferem esperar 30, 40 anos por uma decisão [sobre a propriedade] de terras”.
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1. O custo das Arenas da Copa 2014
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1/11 (Buda Mendes/Getty Images)
Aproximadamente R$ 2,8 bilhões. Este foi o
orçamento apresentado pela candidatura do Brasil à FIFA, ainda em 2007, para construir e reformar os palcos da
Copa do Mundo. Após dois grandes aumentos na matriz de gastos (2010 e 2012) e muitos problemas, o Brasil está a quatro meses da competição com a cifra ultrapassando os R$ 8 bilhões, um aumento de 285% em relação ao plano inicial. Há estádio que custou quase o dobro do Soccer City, local da última final entre Espanha x Holanda, na Copa da África do Sul em 2010. Outro estava praticamente pronto e corre o risco de ficar fora do Mundial.
Os detalhes e curiosidades estão na lista a seguir, que traz um resumo do que rolou em cada uma das 12 sedes da Copa 2014.
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2. Recife: Arena Pernambuco
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2/11 (Divulgação)
Previsão inicial: Dezembro de 2012
Entregue oficialmente: 14 de abril de 2013
Capacidade FIFA: 42.849 pessoas
Capacidade Portal da Copa: 46.106 pessoas
Custo inicial: R$ 529,5 milhões
Custo final: R$ 532,6 milhões
Problemas: Distante 19km do centro do Recife, o estádio tem causado problemas aos torcedores que utilizam o transporte público. Na Copa das Confederações o sistema que integra metrô e ônibus ficou muito congestionado
Curiosidades: Uma usina solar instalada nas proximidades do estádio é capaz de suprir 30% do consumo da Arena. É o primeiro passo para a Cidade da Copa prevista para 2026, que visa trazer desenvolvimento à região oeste do Grande Recife
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3. Brasília: Estádio Nacional Mané Garrincha
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3/11 (Mateus Baeta/ Portal da Copa)
Previsão inicial: Dezembro de 2012
Entregue oficialmente: 18 de maio de 2013
Capacidade FIFA: 68.009 pessoas
Capacidade Portal da Copa: 72.788 pessoas
Custo inicial: 745,3 milhões
Custo final: R$ 1,4 bilhão
Problemas: Morte de um operário em junho de 2012. O gramado ficou castigado após a sequência de jogos em 2013 e foram observadas goteiras no estádio. Brasília não tem clubes de expressão, o que deixa a sobrevivência do Mané Garrincha dependente do futebol de outras regiões e eventos não ligados ao futebol
Curiosidades: É a obra mais cara dentre os estádios para a Copa do Mundo 2014 -- custou o dobro do Soccer City, palco da final da última Copa. Foi concebido dentro do estilo arquitetônico da cidade, projetada na década de 50 por Niemayer. Recebeu a abertura da Copa das Confederações
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4. Rio de Janeiro: Maracanã
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4/11 (Divulgação/ Consórcio Maracanã 2014)
Previsão inicial: Dezembro de 2012
Entregue oficialmente: 2 de junho 2013
Capacidade FIFA: 73.531 pessoas
Capacidade Portal da Copa: 78.838 pessoas
Custo inicial: R$ 600 milhões
Custo final: R$ 1,05 bilhão
Problemas: O gramado sofre com a grande quantidade de jogos. Filas extensas foram registradas na compra e retirada de ingressos
Curiosidades: Os torcedores mais saudosos sentiram falta da famosa “Geral do Maraca” e da rede em formato “Véu de Noiva”. Recebeu a final da Copa das Confederações e vai ser o palco da grande final da Copa do Mundo, em 2014
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5. Curitiba: Arena da Baixada
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5/11 (Divulgação)
Previsão inicial: Dezembro 2012
Previsão de entrega: Final de abril de 2014
Capacidade FIFA: 41.456 pessoas
Capacidade Portal da Copa: 43 mil pessoas
Orçamento inicial: R$ 184,5 milhões
Orçamento final: R$ 326,7 milhões
Problemas: Sofreu com as greves e é o estádio mais atrasado dentre as sedes da Copa. Em janeiro, a FIFA ameaçou retirar a casa do Atlético-PR do mundial e exigiu um acréscimo na quantidade de operários que trabalham na obra. Cerca de 500 trabalhadores foram contratados para a etapa final de construção. No dia 18 de fevereiro, mais uma inspeção será feita para decidir se a Arena tem, ou não, condições de receber jogos da Copa do Mundo
Curiosidades: Foi o primeiro estádio brasileiro construído no formato de Arena e, por isso, era considerado um dos mais simples a ser reformado, o que não se concretizou
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6. Porto Alegre: Beira Rio
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6/11 (Portal da Copa)
Previsão inicial: Agosto de 2012
Previsão de entrega: Está 99% pronta 15 de fevereiro de 2014
Capacidade FIFA: 50.287 pessoas
Capacidade Portal da Copa: 51.300 pessoas
Custo inicial: R$ 130 milhões.
Custo final: R$ 330 milhões
Problemas: Em 2012, impasses na assinatura do contrato entre o Internacional e a construtora Andrade Gutierrez deixaram as obras paralisadas por oito meses. Uma vistoria realizada em dezembro de 2013 constatou a presença de 63 operários estrangeiros trabalhando de maneira ilegal. A instalação da cobertura demorou a ser iniciada
Curiosidades: O estádio tem um conceito focado na sustentabilidade. As membranas da cobertura absorvem 65% menos calor. A água da chuva será reaproveitada para irrigação e limpeza. Os banheiros utilizam o sistema de descarga a seco, o que reduz o odor e o piso molhado
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7. Natal: Arena das Dunas
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7/11 (Portal da Copa)
Previsão inicial: Dezembro de 2012
Entregue oficialmente: 22 de janeiro de 2014
Capacidade FIFA: 42.086 pessoas
Capacidade Portal da Copa: 42.000 pessoas (10.600 temporários)
Custo inicial: R$ 350 milhões
Custo final: R$ 400 milhões
Problemas: Alguns problemas de acabamento foram identificados na abertura do estádio. Faltou condicionares de ar em algumas áreas. Em outras era possível observar tapumes remanescentes das obras
Curiosidades: Com um estilo ousado, a Arena das Dunas surpreendeu pela beleza. É considerada uma das mais bonitas das últimas Copas
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8. Cuiabá: Arena Pantanal
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8/11 (Divulgação)
Previsão inicial: Dezembro 2012
Previsão de entrega: Está 95% pronta, conclusão para o final de março/ início abril de 2014
Capacidade FIFA: 42.968 pessoas
Capacidade Portal da Copa: 44.300 (18 mil temporários)
Custo inicial: R$ 454,2 milhões
Custo final: R$ 570 milhões
Problemas: Está com o cronograma atrasado. O futebol do Mato Grosso carece de clubes com tradição, portanto encher o estádio após a Copa e fazê-lo rentável é um dos grandes desafios do Comitê Organizador Local. O gramado apresentou falhas e teve der ser replantado
Curiosidades: Houve um princípio de incêndio e um protesto de professores durantes as obras
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9. Fortaleza: Arena Castelão
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9/11 (Portal da Copa)
Previsão inicial: Dezembro 2012
Entregue oficialmente: 16 de dezembro de 2012
Capacidade FIFA: 58.704 pessoas
Capacidade Portal da Copa: 63.903 pessoas
Custo inicial: R$ 623 milhões
Custo final: R$ 518,6 milhões
Problemas: O entorno do estádio ainda apresenta deficiências na questão da mobilidade. Algumas das principais vias estão interditadas por conta das obras, o que prejudica o acesso ao torcedor
Curiosidades: Foi o primeiro estádio a ficar pronto e o único que custou menos do que o previsto
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10. Salvador: Arena Fonte Nova
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10/11 (Governo Federal/Portal da Copa)
Previsão inicial: Dezembro de 2012
Entregue oficialmente: 5 de abril de 2013
Capacidade FIFA: 52.048 pessoas
Capacidade Portal da Copa: 55 mil pessoas (5 mil lugares provisórios)
Custo inicial: R$ 591,7 milhões
Custo final: R$ 689,4 milhões
Problemas: Torcedores alegaram que existem pontos cegos nas arquibancadas do estádio, que impedem a perfeita visualização da partida
Curiosidades: Na inauguração da Fonte Nova, torcedores do Bahia, revoltados com a derrota para o rival Vitória, arremessaram Caxirolas no gramado. Após várias discussões, o acarajé, símbolo da culinária da Bahia foi liberado para venda, com o tempero típico das baianas
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11. Manaus: Arena Amazônia
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11/11 (Bruno Kelly/Reuters)
Previsão inicial: Dezembro de 2012
Previsão de entrega: Está 99% pronta, deve ser inaugurada ainda em fevereiro 2014
Capacidade FIFA: 42.337 pessoas
Capacidade Portal da Copa: 44 mil pessoas
Custo inicial: R$ 515 milhões
Custo final: 669,5 milhões
Problemas: Três operários morreram nas obras da Arena Amazônia. As chuvas atrasaram a finalização do estádio. Sem times de expressão, corre o risco de se transformar em um “Elefante Branco”
Curiosidades: A distância da Arena Manaus para as demais sedes e os altos índices de umidade da região prometem ser um fator negativo para as seleções que irão jogar na Amazônia