De acordo com a PF, "ambos estavam foragidos desde de 2014, havendo notícia de que passaram por Portugal e Argentina, utilizando-se de nomes falso" (Divulgação/Divulgação)
Estadão Conteúdo
Publicado em 8 de julho de 2019 às 13h22.
Última atualização em 9 de julho de 2019 às 06h18.
No início da noite desta segunda-feira, 8, a Polícia Federal informou que apreendeu com os italianos da Ndrangheta RS 770 mil, US$ 24.432 e 6.165 euros em dinheiro vivo, além de pistolas, 41 munições calibre 380 e 14 aparelhos celulares.
A Polícia Federal cumpriu na manhã desta segunda dois mandados de prisão, para fins de extradição, de cidadãos italianos suspeitos de trabalhar para o braço da máfia italiana na América do Sul, conhecido como "Ndrangheta".
Segundo a PF, "o grupo mafioso, baseado na região da Calábria, no sul de Itália, controlaria 40% dos envios globais de cocaína, sendo o principal esquema criminoso importador para a Europa". "Um dos presos já tem condenação por tráfico e associação para tráfico de drogas na Itália (com pena fixada em 14 anos de prisão)". Um dos presos é Nicola Assisi.
Assisi é considerado um dos maiores traficantes de drogas do mundo. Em 2016, o jornal Corriere Della Calabria publicou reportagem em que classificava como "o fantasma da Calábria que enche a Itália de cocaína".
Em entrevista coletiva, o superintendente da PF no Paraná, Luciano Flores, afirmou que ele é 'um dos principais elos da máfia italiana Ndrangheta, e estava no Brasil há bastante tempo, ha duas décadas foragido'. "Procurado pela Interpol, já residiu em outros países, como em Portugal, onde chegou a ser preso e fugiu. Passaportes falsos e documentos falsos foram apreendidos na residência onde morava no litoral de São Paulo".
Em razão dos aparatos de contrainteligência do italiano, Flores diz que foi necessária uma 'operação bastante complexa' para efetuar a prisão de Assisi e seu filho. "O outro, filho do primeiro criminoso, ocupava ao menos três apartamentos na cobertura de prédio de alto padrão, no litoral paulista", afirma a PF.
De acordo com a corporação, "ambos estavam foragidos desde de 2014, havendo notícia de que passaram por Portugal e Argentina, utilizando-se de nomes falsos". "A cobertura onde foram presos possuía sofisticado sistema de vigilância, com câmera dome 360 na área externa, o que possibilitava identificar todos as pessoas que acessavam o prédio".
"Os mandados foram expedidos pelo Supremo Tribunal Federal, a pedido da Representação da Polícia Federal junto à Interpol, em cooperação à Polícia Italiana", afirmou a PF.
O que foi apreendido:
1 pistola calibre 40
2 pistolas calibre 380
41 munições calibre 380
14 aparelhos celulares variados
1 telefone satelital
3 notebooks
1 Ipad
1 impressora
HDs externos e pendrives
1 modem portátil
5 relógios de luxo
Documentos variados
Cartões de crédito
02 veículos (automóveis)
R$ 770.745,00
US$ 24.432,00
Euro $ 6.165,00
3,973 kg de pó branco aparentando ser cocaína