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Acabou. PT não é quadrilheiro, diz líder na Câmara

Para Rui Falcão, agora é preciso estender a decisão aos embargos do ex-deputado João Paulo Cunha


	O presidente nacional do PT, Rui Falcão: "dizer que Genoino é quadrilheiro, que o João Paulo é quadrilheiro, é um desrespeito a essas pessoas"
 (Marcello Casal Jr./ABr)

O presidente nacional do PT, Rui Falcão: "dizer que Genoino é quadrilheiro, que o João Paulo é quadrilheiro, é um desrespeito a essas pessoas" (Marcello Casal Jr./ABr)

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Da Redação

Publicado em 27 de fevereiro de 2014 às 21h02.

Brasília - O PT comemorou nesta quinta-feira, 27, a derrubada, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), da tese de que uma quadrilha comandou o esquema do mensalão. Para integrantes da legenda, a decisão vai ajudar a construir uma nova narrativa do escândalo. Na oposição, o PSDB optou por respeitar a decisão, enquanto DEM e PPS fizeram críticas à Corte.

"Caiu a farsa do crime de formação de quadrilha", afirmou o presidente nacional do PT, Rui Falcão. Para ele, agora é preciso estender a decisão aos embargos do ex-deputado João Paulo Cunha.

"Dizer que Genoino é quadrilheiro, que o João Paulo é quadrilheiro, é um desrespeito a essas pessoas. Elas sempre foram pobres. O Genoino mora na mesma casa de sempre, o João Paulo mora na periferia de Osasco até hoje", disse o líder do PT na Câmara, deputado Vicentinho (SP). "Mesmo que tardiamente, o STF fez Justiça. O PT já dizia, antes da decisão, que não havia quadrilheiro no partido".

Vicentinho disse que agora ficou mais fácil para o partido rebater a alcunha de quadrilheiro. "Acabou. Podemos repetir: o PT não é quadrilheiro".

No Senado, o líder do PT na Casa, Wellington Dias (PI), disse que os presos pelo processo do mensalão foram taxados de "quadrilheiros" de forma precipitada. "Isso fica de reflexão não só para eles, políticos e empresários, mas para todo cidadão, que tem direito de ter uma condenação apenas após o trânsito em julgado de um processo", disse Wellington Dias.

Vice-presidente da Câmara, o deputado André Vargas (PT-PR) disse que a Justiça está saindo dos holofotes, lugar onde nunca deveria ter estado. "Estamos voltando a um Supremo equilibrado, sóbrio e técnico. Sempre disse que os juízes devem falar nos autos, não para os holofotes", afirmou Vargas.


Aécio

O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), disse que não cabe entrar no mérito sobre a mudança de posicionamento da Corte. "O fato concreto é que a mais alta Corte do Brasil condenou, pela primeira vez, por crimes extremamente graves, um grupo de importantes agentes públicos". Aécio diz esperar que a condenação possa ser um precedente "pedagógico".

As lideranças do DEM, contudo, viram a decisão do Supremo com menos otimismo. "A população brasileira fica frustrada porque queria que a justiça fosse feita. O veredicto anterior consultava o interesse do povo do Brasil, mas a nova composição frustrou essa expectativa e dá um passo para trás", disse o presidente da sigla, senador José Agripino (RN).

Posição semelhante tem o líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho, viu a decisão do STF com menos otimismo. "A sensação plena de impunidade não existe", disse citando o caso de políticos já presos por participação no esquema. "Lógico que o desfecho final e esperado pela população era a da condenação inclusive pela formação de quadrilha".

O líder do PPS na Câmara, Rubens Buesno (PR), disse que a medida foi possível devido aos votos dos dois últimos ministros indicados pela presidente Dilma Rousseff, Teori Zavascki e Luis Roberto Barroso. "Acredito que Teori e Barroso, se tivessem honestidade intelectual, deveriam ter se julgado impedidos, já que não participaram da primeira etapa do julgamento.

Acabaram não só participando, mas votando em benefício dos condenados. Somos obrigados a acatar a decisão, mas fica a desconfiança sobre a independência dessa nova composição do STF", avaliou. (Colaborou Daiene Cardoso)

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