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Acabou o crescimento chinês do comércio brasileiro

Embora os resultados ainda sejam positivos, é prevista uma desaceleração em 2011

Varejo de eletroeletrônicos pode sofrer com aperto no crédito em 2011 (Germano Luders/EXAME)

Varejo de eletroeletrônicos pode sofrer com aperto no crédito em 2011 (Germano Luders/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 14 de dezembro de 2010 às 09h52.

São Paulo - O varejo brasileiro vai encerrar o ano com crescimento acumulado superior a 10%. Ao contrário do que acontece no setor industrial, os importados são aliados dos comerciantes, pois representam mais opções para os consumidores e muitas vezes forçam os preços para baixo.

Os resultados de outubro (vendas subiram 0,4% ante setembro e 8,8% em relação a 2009) vieram abaixo das expectativas dos analistas e já indicam um início de acomodação. A consultoria LCA, por exemplo, projeta um crescimento moderado do setor nos dois últimos meses deste ano e ao longo de 2011.

“O crédito para consumo deverá mostrar significativo arrefecimento, como resultado de medidas contracionistas do Banco Central (conforme já sinalizado pelo indicador antecedente do Serasa). As vendas de veículos deverão ser especialmente afetadas, devido ao aumento do custo de financiamentos com prazos estendidos e/ou sem entrada. Também esperamos alguma moderação do ritmo de contratações e de reajustes salariais nos próximos meses”, diz relatório da LCA, que projeta alta de 5% para o varejo no ano que vem contra 11% em 2010.

A Confederação Nacional do Comércio (CNC) tem previsões mais otimistas (alta de 9,2% no ano que vem), mas admite que os números podem ser revistos para baixo se o freio da economia for muito forte. Além das medidas já anunciadas pelo Banco Central, o mercado projeta alta dos juros no ano que vem.

Em um ponto parece haver unanimidade entre os analistas: os tempos de crescimento chinês do comércio brasileiro, na casa dos dois dígitos, acabaram. E isso não é necessariamente uma notícia ruim, pois pode indicar um crescimento mais sustentável no longo prazo, na avaliação do economista da CNC Fábio Bentes.

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