Brasil

Abstenção causou prejuízo de R$ 195 mi em 2010, diz TSE

O cálculo foi feito com base no custo médio do voto à época, calculado em R$ 3,63 por eleitor


	Urna eletrônica: foram gastos R$ 89,3 milhões na organização de estrutura que não foi utilizada
 (Elza Fiúza/ABr)

Urna eletrônica: foram gastos R$ 89,3 milhões na organização de estrutura que não foi utilizada (Elza Fiúza/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de maio de 2014 às 18h33.

São Paulo - A abstenção de eleitores nas eleições de 2010 causou prejuízo de cerca de R$ 195 milhões aos cofres públicos.

O levantamento foi divulgado nesta segunda-feira, 12, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O cálculo foi feito com base no custo médio do voto à época, calculado em R$ 3,63 por eleitor.

Como mais de 24 milhões de brasileiros se abstiveram de votar no primeiro turno, foram gastos R$ 89,3 milhões na organização de estrutura que não foi utilizada.

No segundo turno, a abstenção e os gastos foram maiores. Cerca de 29 milhões de eleitores não compareceram, o que resultou em prejuízo de R$ 105 milhões.

Caso os votos em branco e nulos fossem computados, haveria um acréscimo de R$ 60,7 milhões no cálculo.

No primeiro turno, foram contabilizados 3,4 milhões de votos em branco e 6,1 milhões de nulos.

No segundo turno, os números caíram para 2,4 milhões e 4,6 milhões, respectivamente.

O presidente do TSE, ministro Marco Aurélio Mello, afirma que os votos em branco e nulos inutilizam parte do processo eleitoral.

"O local de protesto é na urna, fazendo uma triagem dos candidatos que se apresentam. O objetivo maior desse direito inerente ao cidadão é o ato de escolha e não o ato negativo, omissivo", declarou.

Neste ano, o tribunal tem feito campanhas para evitar o desperdício de dinheiro público. São esperados no pleito deste ano 141,8 milhões de eleitores, 6 milhões a mais do que nas últimas eleições presidenciais.

Novo comando

Nesta terça-feira, 13, Marco Aurélio deixa a presidência do TSE, cargo que ocupa desde 19 de novembro de 2013.

Ele será substituído por Dias Toffoli, atual vice-presidente do tribunal. Marco Aurélio defende uma menor judicialização na política.

"No horizonte, o que me preocupa é um ótimo minimalismo judicial, uma menor intervenção possível do Judiciário. Nós ainda não alcançamos esse patamar em que não haja necessidade de intervenção com rédeas curtas", afirmou o ministro.

Marco Aurélio fez ressalvas a algumas decisões de 2013 no que diz respeito à criação de novos partidos.

"Achei que o tribunal flexibilizou. Como fiquei vencido, eu tenho que me resignar à minha posição, mas não me convenço de ter votado errado", declarou.

No dia 24 de setembro, o TSE autorizou a criação do Partido Republicano da Ordem Social (PROS) e do Solidariedade (SDD).

Apesar de a legenda liderada por Paulinho da Força (SDD) ter alcançado o mínimo exigido de 495.573 assinaturas em 21 estados, apenas 3,7% das certidões apresentadas chegaram ao TSE com a listagem completa dos cartórios eleitorais.

O ponto foi levantado pelo ministro-relator Henrique Neves durante o julgamento, que sugeriu novas diligências para que fossem investigadas possíveis fraudes na coleta de assinaturas.

Neves teve o voto acompanhado pelos ministros Marco Aurélio e Luciana Lóssio.

O entendimento do colegiado, no entanto, foi favorável à criação do partido, aprovada por quatro votos a três.

O pedido de criação do Rede Sustentabilidade, liderado pela ministra Marina Silva, foi negado pelo colegiado do TSE no dia 3 de outubro de 2013.

A legenda apresentou 442.524 assinaturas, número inferior ao exigido pela legislação eleitoral. O período iniciado em novembro de 2013 foi o terceiro mandato do ministro à frente do tribunal.

Ele também ocupou o cargo de junho de 1996 a junho de 1997 e de maio de 2006 a maior de 2008.

Acompanhe tudo sobre:EleiçõesEleições 2010PolíticaPolítica no BrasilPrejuízoTSE

Mais de Brasil

Acidente com ônibus escolar deixa 17 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP