Homem caminha na entrada da sede do Agência de Inteligência Norte-Americana (CIA) em McLean, Virgínia (Alex Wong/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 27 de outubro de 2013 às 18h53.
São Paulo - Um agente da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) foi exonerado por ser suspeito de enviar informações secretas para a CIA, segundo publicou neste domingo o jornal 'O Estado de São Paulo'.
O funcionário da Abin, que dirigiu a subunidade da Abin em Foz do Iguaçu até meados de 2011, teria sido cooptado no ano seguinte por um agente americano com a promessa de um posto diplomático na embaixada dos Estados Unidos em Brasília, revelou o jornal.
Os Estados Unidos buscariam dados sobre a atuação nacional na Tríplice Fronteira, entre Brasil, Paraguai e Argentina, e sobre os informantes do governo na região.
Após trabalhar na subunidade, o agente da Abin assumiu a superintendência de Manaus, de onde passou a acessar documentos secretos de Foz de Iguaçu que não tinha permissão para ver, o que levantou suspeitas.
As provas do comportamento inadequado do agente começaram a ser obtidas durante a primeira semana de agosto de 2012.
Nesta época, o funcionário da Abin se reuniu em um restaurante de Curitiba com o agente da CIA e ambos combinaram se encontrar dias depois em Foz de Iguaçu, quando o brasileiro apresentaria uma pessoa que poderia ajudar o americano a obter mais informações.
De acordo com o jornal, o agente americano não se apresentou no dia estipulado pois de alguma forma os EUA sabiam que o funcionário da Abin tinha sido descoberto.
O Itamaraty confirmou que o americano deixou o Brasil em 12 de agosto de 2012. O brasileiro foi exonerado oficialmente em 17 de dezembro do ano passado, mas a Abin não abriu um processo administrativo contra o analista para evitar desgaste do órgão.
Documentos obtidos pelo ex-analista da CIA Edward Snowden revelaram que o órgão de inteligência americano espionou as conversas por e-mail e telefônicas da presidente Dilma Rousseff, de seus assessores e da Petrobras. EFE