Brasil

Abastecimento de água no semiárido pode piorar, diz ANA

Segundo o presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), quase 50% dos reservatórios localizados no semiárido contam hoje com menos de 30% da capacidade


	Seca: situação tende a se agravar caso previsões meteorológicas se confirmem, diz presidente da ANA
 (Nacho Doce/Reuters)

Seca: situação tende a se agravar caso previsões meteorológicas se confirmem, diz presidente da ANA (Nacho Doce/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 4 de junho de 2014 às 15h51.

Brasília - O presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu Guillo, sugeriu nesta quarta-feira, 4, que pode haver um agravamento da seca no semiárido nordestino este ano.

Ao participar de audiência das Comissões de Meio Ambiente (CMA) e Infraestrutura (CI), Guillo também citou estratégias que têm sido discutidas com o governo de São Paulo para evitar o racionamento de água na região.

Segundo o presidente da ANA, quase 50% dos reservatórios localizados no semiárido contam hoje com menos de 30% da capacidade.

"Há uma situação que merece um acompanhamento de toda sociedade brasileira, pela sua gravidade, no semiárido. Os reservatórios não foram plenamente recuperados", afirmou.

Guillo destacou que a situação no semiárido tende a se agravar caso as previsões meteorológicas se confirmem.

"Os órgãos de previsão meteorológica têm apontado da formação do El Niño, que tem como consequência mais direta a não ocorrência de chuvas no semiárido. Se o El Niño vier a se formar, pode significar que teremos um 2014, 2015 no semiárido brasileiro com ausência de chuvas, o que demandaria aí um cuidado ainda muito maior por parte de todos os atores envolvidos, sejam municipais, estaduais ou federal", avaliou.

Cantareira

O presidente da ANA também disse considerar grave a situação no complexo de reservatórios Cantareira, que abastece a região metropolitana de São Paulo.

Ele explicou que, se a decisão do governo for a de não fazer racionamento, apostando em chuvas na região no final do ano, e não chover o necessário, a água será insuficiente e terá de ser utilizado mais ainda do volume morto do reservatório.

"Temos apresentado a proposta de que a nossa retirada do Sistema Cantareira tem que ser uma função da quantidade de água que chega. Se chega mais água, você pode retirar 21 m3/seg ou mais. Porém, se continuar até novembro o fenômeno meteorológico climático de chegada de água muito menor, precisaremos reduzir a quantidade de água ofertada de tal maneira a chegarmos a esses 50 milhões de metros cúbicos em novembro", destacou Guillo.

Acompanhe tudo sobre:ÁguaClimaRegião NordesteSecas

Mais de Brasil

Acidente com ônibus escolar deixa 23 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP