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Abandonado pelo PSDB, Cunha ganha apoio da base governista

Cunha recebeu o apoio de 13 partidos - 12 da base aliada e o Solidariedade -, que defenderem sua permanência no comando da Câmara


	Presidente da Câmara: Cunha recebeu o apoio de 13 partidos - 12 da base aliada e o Solidariedade
 (José Cruz/Agência Brasil)

Presidente da Câmara: Cunha recebeu o apoio de 13 partidos - 12 da base aliada e o Solidariedade (José Cruz/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 12 de novembro de 2015 às 07h18.

Brasília - O PSDB formalizou nesta quarta-feira, 11, seu rompimento com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Os dois representantes da sigla no Conselho de Ética dizem que votarão a favor da cassação do mandato do deputado acusado de ser beneficiário do esquema de corrupção na Petrobras. 

Apesar do revés, Cunha recebeu o apoio de 13 partidos - 12 da base aliada e o Solidariedade -, que defenderem sua permanência no comando da Câmara.

Pela primeira vez, o líder do PSDB, Carlos Sampaio (SP), subiu à tribuna para cobrar o afastamento de Cunha do cargo de presidente. Até então, entre idas e vindas, o partido havia apenas assinado uma nota sobre o assunto.

Em reação ao pedido de afastamento defendido pelos tucanos, o líder do PSC na Câmara, André Moura (SE), leu em plenário uma nota de apoio Cunha. O documento foi assinado por 13 partidos que representam mais de 230 parlamentares.

No documento, líderes de siglas como PR, PMDB, PSC, PP, PSD, PTB, Solidariedade, PEN, PMN, PRP, PHS, PTN e PT do B, dizem apoiar e ter total confiança na condução dos trabalhos de Cunha na presidência da Casa.

"As denúncias apresentadas seguirão o curso do devido processo legal, onde haverá condição de defesa e julgamento por instâncias próprias e o princípio da presunção da inocência."

Moura afirmou que ninguém pode ser condenado de forma antecipada e que o caso de Cunha não pode ser politizado.

"Eventuais disputas políticas não podem prevalecer para paralisar o funcionamento da Casa no momento em que o País exige e espera que a Câmara dos Deputados delibere as matérias que o Brasil precisa para retomar o crescimento", afirmou.

Segundo Moura, o grupo procurou o líder do governo, José Guimarães (PT-CE), para que os petistas apoiassem o documento. Ele afirmou que a nota chegou a ser encaminhada a Guimarães, mas os petistas não haviam se posicionado até o final da noite de ontem. "Se o PT resolver assinar mais para frente, será ótimo", disse.

O líder do PSDB afirmou ontem que vai esperar a apresentação da defesa de Cunha no Conselho de Ética para definir uma posição sobre a possibilidade de pedir a cassação do mandato dele.

Ele garantiu a permanência dos tucanos Betinho Gomes (PE) e Nelson Marchezan Júnior (RS). Nos bastidores, os dois já adiantaram que votarão a favor da cassação de Cunha. Por ora, contudo, não irão se manifestar publicamente. O DEM e o PPS devem seguir o posicionamento dos tucanos.

Impeachment

Apesar das críticas mais enfáticas a Cunha, o PSDB ainda espera que ele delibere a favor da abertura de um processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Na tribuna, Sampaio usou toda a segunda parte de sua fala para defender um processo de afastamento da presidente.

O presidente da Câmara comprometeu-se a tomar uma decisão sobre impeachment até o fim deste mês. A aliados, Cunha demonstrou irritação com o PSDB. Integrantes do partido já temem sofrer retaliação, com a perda de relatorias de projetos relevantes. Como presidente, Cunha tem o poder de indicar nomes e, ao longo do ano, prestigiou o PSDB.

Outro receio dos tucanos é de que Cunha desista de prorrogar a CPI do BNDES, comissão que tem causado dor de cabeça ao governo.

Hoje, deve ser aprovada a convocação do ex-secretário do Tesouro Arno Augustin, que teve papel relevante no primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff. O PT aceitou chamá-lo em vez de convocar o pecuarista José Carlos Bumlai, que é ligado ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Cunha afirmou que a posição do PSDB "não altera em nenhuma vírgula" sua posição sobre os pedidos de impeachment. "Não tenho prazo determinado e jamais o farei sob pressão. Minha decisão será dada de forma técnica", disse. 

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