Bruno Covas: a um ano e meio da eleição, o prefeito de SP anunciou uma revisão do Plano de Metas aprovado em 2017 (Rovena Rosa/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 9 de abril de 2019 às 12h31.
São Paulo — A um ano e meio da eleição, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), anunciou uma revisão do Plano de Metas aprovado em 2017, com maior foco em ações de zeladoria.
Só o orçamento para serviços de limpeza e capinação, por exemplo, chega a R$ 3,4 bilhões — quase cinco vezes mais do que o investimento previsto em novos equipamentos de Educação e Saúde.
Anunciado nesta segunda-feira (8), o plano de Covas aumenta de 53 para 71 as metas para o biênio 2019-2020. Na prática, também altera promessas do ex-prefeito e atual governador João Doria (PSDB).
Entre elas, reduz o número de equipamentos públicos que devem ser repassados à iniciativa privada, de 55 para 10. A expectativa de conseguir R$ 5 bilhões, no entanto, foi mantida.
O plano de Covas tem previsão orçamentária de R$ 15,3 bilhões para os próximos dois anos, incluindo custeio e investimentos.
Desses, ao menos R$ 6,7 bilhões (43%) serão destinados a metas de zeladoria, incrementando serviços de limpeza, coleta seletiva, construção de calçadas e programas de tapa-buraco, além de revitalizar praças, parques, pontes e viadutos.
Por sua vez, Saúde e Educação preveem investimento de R$ 747 milhões em novos equipamentos. Para essas áreas, a gestão Covas espera entregar o Hospital da Brasilândia, além de duas UBSs, 12 UPAs e 12 CEUs. Também foi incluído no plano equipar o Hospital de Parelheiros, na zona sul.
"O que aprendemos aqui em relação ao acontecimento no (Largo do) Paiçandu, com aquele prédio que caiu, e com o viaduto da Marginal do Pinheiros (...) é que a gente precisa arrumar a casa", disse Covas.
"É melhor pôr para funcionar o que já existe do que colocar coisa nova e deixar o que já existe ruim."
O Plano de Metas passa a ter 36 objetivos, em três eixos: "cuidar da cidade", "proteger o cidadão" e "inovar a gestão". Foram incluídas 25 metas.
Outras 18 foram mantidas na íntegra e 7, que já teriam sido cumpridas, retiradas. Só 6 das 28 restantes foram ampliadas — as demais acabaram sendo "incorporadas parcialmente" ou com "escopo ajustado".
Segundo Covas, houve ajuste de objetivos, uma vez que o otimismo para o cenário econômico em 2017 não se confirmou. "A reforma (da Previdência) não foi aprovada, a expectativa de crescimento não se realizou e nós tivemos frustração com o comportamento do PIB em 2017 e 2018."
Entre as novas metas está reduzir em 80% o número de usuários de drogas em logradouros públicos - ação que será limitada à região da Luz. A referência são 496 pessoas contadas pela GCM em dezembro. Houve redução de novos corredores de ônibus de 72 km para 9,4 km.
Embora argumente adversidade econômica, a Prefeitura afirma que vai aumentar a previsão de investimento de R$ 10,8 bilhões (plano de Doria) para R$ 12,8 bilhões.
Todo o orçamento estaria garantido, diz Covas. "Havendo sucesso no plano de desestatização ou aumento de repasse federal e estadual, nós poderemos fazer a mais." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.