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Para a PF, Joesley diz ter ficado "desapontado" com Temer

O empresário da JBS disse na sexta-feira que ficou "desapontado" que o presidente não pediu que ele interrompesse os pagamentos pelo silêncio de Cunha

Joesley: o diretor-jurídico da JBS, Francisco de Assis, também depôs no inquérito contra Temer (Divulgação/Divulgação)

Joesley: o diretor-jurídico da JBS, Francisco de Assis, também depôs no inquérito contra Temer (Divulgação/Divulgação)

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Reuters

Publicado em 20 de junho de 2017 às 22h43.

Brasília - O empresário Joesley Batista disse, em depoimento na Polícia Federal em Brasília, ter ficado "desapontado" com o fato de o presidente Michel Temer não ter determinado que ele interrompesse os pagamentos pelo silêncio do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

As declarações de Joesley foram prestadas na sexta-feira, já no curso do inquérito que investiga se Temer cometeu os crimes de corrupção passiva, obstrução de Justiça e organização criminosa.

Segundo o empresário, a esperança era que o presidente não reagisse, na conversa que eles tiveram em março, da seguinte forma: "Tem que manter isso, viu?". Ele disse à PF que não gostaria de manter os pagamentos.

Tanto Temer quanto Cunha negam essas tratativas para evitar que o ex-presidente da Câmara pudesse eventualmente fazer um acordo de delação premiada.

BNDES e Geddel

Joesley também disse aos policiais que soube pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima, de quem diz que era próximo, que Temer havia chamado a então presidente do BNDES Maria Silvia Bastos Marques em seu gabinete para pressioná-la a fim de atender interesses dele.

Esse assunto, disse o empresário, já havia sido relatado no depoimento de colaboração premiada que prestou no dia 7 de março.

O diretor-jurídico da JBS, Francisco de Assis, também depôs no inquérito contra Temer e afirmou ter se reunido pelo menos cinco vezes em Brasília com Geddel, a pedido de Joesley.

O interesse, afirmou, era atualizar a respeito das operações de investigação contra o grupo J&F, do qual a JBS é uma das empresas.

Assis disse que contou a Geddel que o grupo fez pagamentos mensais ao empresário Lúcio Funaro, para que ele não falasse sobre irregularidades cometidas.

Afirmou que essas conversas também eram feitas por meio do Telegram, programa de mensagens instantâneas que destroem as comunicações enviadas.

Segundo Assis, para Joesley, falar com Geddel era o mesmo que falar com Temer.

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