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"A palavra final é do meu pai", diz filho de Bolsonaro sobre CPMF

Proposta tributária de assessor econômico de Bolsonaro, Paulo Guedes, causou polêmica

JAIR BOLSONARO: presidenciável pelo PSL mostrou que vai, sim, intervir em assuntos econômicos (Diego Vara/Reuters)

JAIR BOLSONARO: presidenciável pelo PSL mostrou que vai, sim, intervir em assuntos econômicos (Diego Vara/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 21 de setembro de 2018 às 08h09.

Rio - Um dia após a crise aberta no entorno do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) pela divulgação da proposta tributária do seu assessor econômico, Paulo Guedes, um dos filhos do candidato, Flávio Bolsonaro, afirmou que a palavra final na campanha é de seu pai.

"Ele é o presidente (sic), mais ninguém", frisou Flávio, que é deputado estadual e concorre ao Senado também pelo PSL. O parlamentar disse ainda que o candidato ao Planalto "jamais iria autorizar (Guedes) a falar na imprensa de CPMF".

"A palavra final é do meu pai, sempre", afirmou, em rápida entrevista em seu gabinete na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). A reportagem o questionava sobre a intenção do economista de unificar impostos em um tributo cobrado nos moldes da CPMF, extinta em 2007. A ideia causou mal-estar no mercado e levou o candidato, internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde se recupera de uma facada, a tuitar que quer reduzir a carga tributária.

A reação do candidato a presidente e as afirmações de Flávio colocam em dúvida o discurso econômico do presidenciável. Até então, Bolsonaro dizia nada entender de economia e delegava o assunto a Guedes, a quem chamava de "Posto Ipiranga", em alusão a uma campanha de publicidade. Agora, o presidenciável mostrou que vai, sim, intervir em assuntos econômicos.

Flávio disse que seu pai "ouve muito o Paulo Guedes". "A palavra final é dele (do presidenciável), mas acho que eles chegam num ponto convergente, como tem acontecido direto agora", afirmou. Ele disse também não saber se Guedes e seu pai conversaram previamente sobre a proposta tributária apresentada pelo economista.

O candidato ao Senado pelo Rio também declarou que não fala com Guedes "há um tempão" e afirmou que o economista "está sumido". "Está fazendo as palestras dele." Também minimizou a repercussão da proposta de Guedes nas redes sociais. "Ele pode falar alguma coisa que é mal interpretado; ele explica que não é aquilo, e vocês continuam acatando o negócio", disse.

O incidente levou Bolsonaro pai a pedir que Guedes e também a seu candidato a vice, general da reserva Hamilton Mourão, reduzissem suas atividades eleitorais. Mourão causou constrangimento por declarações polêmicas.

Máscara

Durante a sua rápida passagem por seu gabinete à tarde, Flávio recebeu um grupo de admiradores que lhe entregou uma máscara de borracha em tamanho real da cabeça de seu pai. Chegou a ensaiar vesti-la, mas desistiu. "O olho está todo branco, parece mórbida", criticou, rindo. A cena foi filmada por admiradores da família Bolsonaro que estavam no ambiente do deputado.

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