(Nelson Almeida/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 9 de fevereiro de 2017 às 05h57.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h47.
As férias do juiz Sergio Moro de fato acabaram. Depois de ouvir o ex-deputado federal Eduardo Cunha na terça-feira 7, a agenda desta quinta-feira tem outro nome ilustre: prestará depoimento o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). O tucano foi arrolado como testemunha de defesa de Paulo Okamoto, presidente do Instituto Lula, em ação que o põe sob suspeita de recebimento de vantagens indevidas no abrigo de acervo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pago pela OAS no valor de 1,1 milhão de reais. Os petistas são réus em ação penal.
A cada novo depoimento, as investigações vão ganhando em complexidade. Com uma citação ao Michel Temer e um alegado aneurisma cerebral, Cunha trouxe à luz fatos novos na Operação Lava-Jato. As perguntas de Okamoto podem enroscar mais um ex-presidente nas investigações, e reforçar as suspeitas sobre outros tucanos.
O ritmo frenético da primeira instância continua a contrastar com a morosidade do Supremo Tribunal Federal, onde as denúncias continuam a se acumular. Na terça, o procurador-geral da República pediu autorização para abertura de inquérito contra José Sarney (PMDB-AP), Renan Calheiros (PMDB-AL) e Romero Jucá (PMDB-RR), chamando-os sem meias palavras de “quadrilha”.
Na noite de ontem, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), foi acusado pela Polícia Federal de pedir 1 milhão de reais em doações eleitorais à OAS na campanha de 2014. A ajuda viria em troca da defesa de interesses da empreiteira no Congresso. Maia nega. A corrupção passiva e a lavagem de dinheiro o atingem de forma muito mais impactante do que a simples citação ao apelido “Botafogo” nas delações da Odebrecht já conhecidas do público. Mais cedo, Maia acusou a imprensa de obsessão pela Lava-Jato.
Com a profusão de novas denúncias e depoimentos, a obsessão vai continuar.