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A nova tabela dos fretes e uma pergunta: quem será o próximo?

Na semana que vem a Agência Nacional de Transportes Terrestres vai publicar um chamamento para construir uma tabela “ouvindo todos os setores”, diz ministro

Protesto no RJ: os produtores rurais reclamaram, e o governo cedeu, de novo   (Ricardo Moraes/Reuters)

Protesto no RJ: os produtores rurais reclamaram, e o governo cedeu, de novo (Ricardo Moraes/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 7 de junho de 2018 às 07h02.

Última atualização em 7 de junho de 2018 às 09h04.

O ministro dos Transportes, Valter Casimiro, anunciou ontem que o governo deve publicar nesta quinta-feira uma nova tabela com reajustes nos preços dos fretes acertados com os caminhoneiros. Deve haver novo detalhamento por tipo de caminhão, com preços diluídos para caminhões com mais eixos, após uma sequência de reuniões com caminhoneiros e com representantes do agronegócio. Segundo o ministro, na semana que vem a Agência Nacional de Transportes Terrestres vai publicar um chamamento para construir uma tabela “ouvindo todos os setores”.

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O governo caminha numa linha tênue, tendo que contentar os produtores rurais sem transparecer que está desfazendo o acordo com os caminhoneiros, que ontem voltaram a ameaçar iniciar uma nova greve se a tabela com preços dos fretes for alterada. Os caminhoneiros pedem ainda uma anistia a multas de motoristas e de empresas pela paralisação que levou o caos ao país. Casimiro, ontem, afirmou que o governo “não prometeu nada”.

Até quando, não se sabe. Para encerrar a greve, o governo aceitou ceder uma, duas, três vezes. Agora, grupos de interesse dos mais variados setores querem que ceda um pouco mais, tomando medidas que os beneficiem. Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), por exemplo, o preço do frete de arroz vai subir 50% com a nova tabela do frete. Produtores de aves e suínos afirmam que o frete para rações pode ficar até 83% mais caro. Para a CNI, a nova tabela de fretes é “insustentável”.

O tabelamento de preços remete a um Brasil que parecia ter ficado no passado, mas que sempre volta, como destaque o economista Celso Toledo, diretor da consultoria LCA e colunista de EXAME. “Para os brasileiros, o Estado é a resposta para todos os problemas e deve acomodar as demandas infinitas da população a qualquer custo”, afirma.

Por essa lógica, se o combustível custa caro no Brasil, a culpa é do governo, e o governo que resolva. Como o cobertor é curto, sobrou para os produtores rurais. Quem serão os próximos descontentes a bater à porta do governo?

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