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A nova frente da Lava-Jato

A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quinta-feira a Operação Leviatã, desdobramento da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal com foco em desvios e pagamentos de propina nas obras da hidrelétrica de Belo Monte. A PF apura pagamentos de 1% de propina a dois partidos políticos (PT e PMDB) sobre as obras da hidrelétrica. Entre […]

EDISON LOBÃO: seu filho foi alvo de operação da PF; ele é acusado de ter recebido propina  / Marcelo Camargo/Agência Brasil

EDISON LOBÃO: seu filho foi alvo de operação da PF; ele é acusado de ter recebido propina / Marcelo Camargo/Agência Brasil

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Da Redação

Publicado em 16 de fevereiro de 2017 às 17h51.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h43.

A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quinta-feira a Operação Leviatã, desdobramento da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal com foco em desvios e pagamentos de propina nas obras da hidrelétrica de Belo Monte. A PF apura pagamentos de 1% de propina a dois partidos políticos (PT e PMDB) sobre as obras da hidrelétrica. Entre os alvos da operação estão o ex-senador do Pará Luiz Otávio, apadrinhado político do senador Jader Barbalho (PMDB-PA), e Márcio Lobão, filho do senador Edison Lobão (PMDB-MA).

Os nomes foram indicados pelo executivo da Andrade Gutierrez Flávio Barra, que relatou pagamentos nas obras de Belo Monte e também da Usina de Angra 3. Segundo ele, o consórcio construtor de Belo Monte, que incluía a Camargo Corrêa e a Odebrecht, repassou de 4 milhões a 5 milhões de reais a Edison Lobão pelas obras de Angra 3 e outros 600.000 por Belo Monte. O valor referente à hidrelétrica teria sido entregue em espécie na casa de Márcio Lobão.

Na época, Edison Lobão era ministro de Minas e Energia do governo Dilma Rousseff. Atualmente, é presidente da Comissão de Constituição e Justiça no Senado, responsável pela sabatina de Alexandre de Moraes, indicado ao Supremo Tribunal Federal e, consequentemente, à relatoria da Lava-Jato. O conflito de interesses fica cada dia mais escancarado. A sabatina está marcada para terça-feira 21.

Mas a operação de hoje serviu para mostrar que, nas mãos de seu novo relator no Supremo, o ministro Edson Fachin, a Lava-Jato deve seguir mirando os poderosos da República. Na última quinta-feira, ele havia autorizado inquérito para investigar os senadores Renan Calheiros e Romero Jucá e o ex-senador José Sarney, todos do PMDB, por tentativa de obstrução da Justiça.

O que continua faltando, no Supremo, é a celeridade que sobra em Curitiba para que os investigados sejam enfim julgados e, se for o caso, condenados.

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