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A dúvida renasce: e o foro de Lula?

Um efeito paralelo dos áudios de Romero Jucá foi reacender uma questão que estava fora do noticiário: o foro do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na terça-feira, a defesa de Lula entrou com um recurso no Supremo Tribunal Federal para que não fossem extintas as ações contra sua nomeação para a Casa Civil. Elas […]

 (Paulo Pinto/Agência PT/Divulgação)

(Paulo Pinto/Agência PT/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 26 de maio de 2016 às 06h27.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h46.

Um efeito paralelo dos áudios de Romero Jucá foi reacender uma questão que estava fora do noticiário: o foro do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na terça-feira, a defesa de Lula entrou com um recurso no Supremo Tribunal Federal para que não fossem extintas as ações contra sua nomeação para a Casa Civil. Elas haviam sido arquivadas pelo ministro Gilmar Mendes depois do afastamento de Dilma Rousseff. O interesse, claro, é não perder o foro privilegiado. A decisão cabe a Mendes, tradicional crítico do PT.

Para os advogados do ex-presidente, não havia motivo para que fosse impedido de assumir o ministério, já que não é réu nem condenado em nenhuma das operações que o investigam. Segundo essa tese, o caso seria análogo ao dos investigados que, no governo Michel Temer, foram nomeados ministros, incluindo Romero Jucá – que caiu após conversa gravada. Se o recurso for aceito pelo Supremo, possíveis avanços na investigação sobre Lula entre março e maio (como a famosa gravação do “Bessias”) podem ser inviabilizados.

O problema, para Lula, é que, com foro ou sem foro, as denúncias continuam chegando. Uma das mais recentes é do início de maio, feita pela Procuradoria-Geral da República, que alega obstrução de Justiça. De acordo com o ex-senador Delcídio do Amaral, Lula pediu a ele que ajudasse a família do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró — o objetivo era evitar delação que incriminasse o pecuarista José Carlos Bumlai. O relator da Lava-Jato, Teori Zavascki, vai analisar o caso e, se a denúncia for aceita, Lula se tornará réu.

O ex-presidente também é citado na Operação Zelotes, que investiga a venda de medidas provisórias durante seu governo. Outra denúncia, feita pelo Ministério Público de São Paulo e que pede a prisão de Lula no caso do tríplex no Guarujá, foi enviada a Sergio Moro. Essa denúncia é considerada mais fraca por especialistas, mas Moro ainda não se pronunciou sobre o caso. A batata está com Gilmar Mendes.

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