Fábrica da Rexam, em Brasília (Cristiano Mariz / EXAME)
Raphael Martins
Publicado em 21 de dezembro de 2015 às 10h33.
Última atualização em 1 de agosto de 2017 às 16h24.
São Paulo – De janeiro a novembro de 2015, o Brasil perdeu quase 1 milhão de vagas de emprego com carteira assinada, segundo dados do Caged de novembro. O cálculo é feito pela subtração de demissões pelo número de admissões, significando fechamento real de vagas.
O número exato para os 11 meses é de 945.363 postos de empregos perdidos. Já é certo que este será o primeiro ano de saldo negativo desde o início dos governos do PT, em 2003.
O pior resultado até então era o de 2014, último ano do primeiro mandato de Dilma Rousseff, quando o Brasil teve saldo positivo de mais de 420 mil vagas de emprego. A tendência de queda é constante desde 2010, melhor ano da economia brasileira, com crescimento pujante de 7,5% do PIB, avaliado em US$ 2,1 trilhões.
Sob a batuta de Luiz Inácio Lula da Silva, o pior resultado havia sido no primeiro ano do primeiro mandato, em 2003, com saldo positivo de mais de 820 mil novos postos de trabalho.
Com maior população absoluta, a cidade de São Paulo foi o município que apresentou a maior quantidade de empregos extintos: 89 mil empregos a menos no saldo geral. Mesmo com os primeiros sinais de crise, no ano passado a capital paulista teve saldo positivo de 52 mil.
Segue no top 10 de cidades que mais fecharam vagas o município de Ipojuca, em Pernambuco. Em 2014, foi dela o título de cidade que mais fechou postos de trabalho, com 22 mil a menos. Neste ano, até novembro, já são menos 17 mil empregos registrados.
Em 2008, Ipojuca passou a ser considerada um dos mais importantes polos industriais do Brasil, atraindo milhares de trabalhadores para obras da refinaria Abreu e Lima e da Petroquímica Suape, pertencentes à Petrobras. Desde o início das investigações da Operação Lava Jato e consequente desinvestimento na cidade, a taxa de empregos caiu vertiginosamente.
A cidade que mais gerou empregos até agora foi Canaã dos Carajás, no interior do Pará, com pouco mais que 3,4 mil vagas. A cidade é conhecida por ser um dos polos de exploração de minério pela empresa Vale.
Veja abaixo a evolução do saldo de empregos desde 2003.